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O feminismo não é um movimento único. Como qualquer grupo de pessoas, as mulheres feministas também são diferentes, pensam diferente, agem diferente e têm visões de mundo diferentes. A história do feminismo nos mostra isso deforma clara: a agenda feminista não é uniforme ou tem apenas uma linha teórica, ela é dividida em vertentes que abrangem todo tipo de feminista. Mas, afinal, o que é ser feminista?
– Lidere como quem luta, lute como quem ama
De acordo com a pesquisadora Sabrina Fernandes, doutora em Sociologia e dona do Canal Tese Onze, cada vertente tem um entendimento diferente sobre a origem da opressão da mulher e sobre o que precisa ser feito para acabar com essa opressão. Elas falam sobre a luta pela igualdade, sobre obstáculos no mercado de trabalho, sobre como o patriarcado se solidificou em uma estrutura social que sustenta uma série de opressões contra as mulheres.
Mulher com os olhos tapados aponta para frente durante manifestação feminista.
Sabrina explica que, mesmo sendo diferentes, as vertentes podem sim ter pontos em comum. De maneira geral, todas elas se referem a questões imediatas, como a luta contra a violência doméstica, direitos sexuais e direitos reprodutivos, por exemplo.
Abaixo, explicamos um pouco melhor sobre as quatro principais vertentes muito importantes na história do feminismo.
O feminismo é um movimento que busca construir um mundo em que a igualdade entre os gêneros seja uma realidade. As estruturas da sociedade moderna foram construídas com base em uma ideia que colocou homens em papéis de dominação e poder, enquanto as mulheres estavam subjugadas a isso.
O feminismo chega como uma forma de buscar transformações políticas, sociais e ideológicas desse cenário no ambiente familiar — ou seja, na vida doméstica — e de forma estrutural. A intenção é que homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades em qualquer espaço que ocuparem.
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O feminismo radical vê o controle dos homens em todos os cenários da vida das mulheres. Para essa vertente, o sexismo é a grande arma opressora da mulher e, graças a ele, os homens mantêm suas bases de poder. Para as radfem, como são conhecidas as feministas radicais, o movimento feminista é feito por mulheres e para mulheres e apenas isso. Aqui, o objetivo não é chegar a uma igualdade de gêneros, mas romper com toda e qualquer barreira do patriarcado por completo.
Além disso, esta é uma vertente que polemiza na questão da inclusão da mulher trans. Há feministas radicais que não entendem mulheres trans como parte do movimento e consideram que elas apenas reforçam a opressão de gênero. Como se mulheres trans fossem vozes masculinas com a pretensão de falar pelas mulheres, sem serem mulheres. Porém, há feministas radicais que são a favor de mulheres trans no movimento.
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Mulher aparece com o braço direito levantado.
O feminismo liberal compactua com a visão capitalista do mundo. Como bem explicou Sabrina Fernandes, do canal Tese Onze, essa vertente “pode até reconhecer as desigualdades sociais, mas ele não é anticapitalista”. Isso porque outras vertentes enxergam no capitalismo uma ferramenta de opressão. Isso não acontece aqui.
Essa linha surgiu no século XIX, durante a Revolução Francesa e teve como principal fato a publicação do livro “Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher”, da escritora inglesa Mary Wollstonecraft (1759-1797). Ela foca em colocar homens e mulheres lado a lado na construção da sociedade igualitária, sem que para isso haja uma grande transformação estrutural. A ideia aqui é que a mulher assuma, aos poucos e progressivamente, posições de poder.
O feminismo liberal também coloca a mulher como responsável pela sua própria transformação. É uma visão individualista de enxergar o movimento que bebe na fonte do Iluminismo ao enxergar na própria mulher o seu maior agente de transformação.
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O feminismo interseccional não é uma vertente em si, mas mostra que há outras formas de opressão que não se referem somente ao gênero. “Interseccionalidade não é nem uma vertente de feminismo. É uma metodologia que vai nos atentar para as relações entre as estruturas de opressão e como as pessoas e os grupos se localizam nessas intersecções e como as experiências delas são moldadas”, explica Sabrina. A pesquisadora diz que se alguém se identifica como feminista intersseccional, isso indica que ela leva em consideração raça — como no feminismo negro — , classe, gênero e outros fatores.
Essa vertente é vista também como aquela que mais se alinha ao socialismo. Ela questiona o papel do capitalismo e da propriedade privada na opressão das mulheres. Para as feministas marxistas, esses são os grandes problemas na opressão das mulheres. Aqui fica entendido que a estrutura econômica é uma das grandes responsáveis por colocar a mulher como figura socialmente subjugada.
Autoras como Angela Davis e Silvia Federici são duas que se identificam com essa vertente, que vê na criação da propriedade privada o ponto de partida da subordinação de mulheres aos homens.
O feminismo marxista também levanta a questão do trabalho doméstico — em sua maior parte exercido por mulheres que gerem o lar sem remuneração — e como ele não é reconhecido dentro do sistema capitalista. Na verdade, o trabalho doméstico é invisibilizado e romantizado, mas apenas reforça uma estrutura patriarcal.
A vertente conhecida como anarcofeminismo não acredita nas instituições como objetos ou meios de transformação. Elas não vêem na elaboração de leis ou no poder do voto uma alternativa para dar voz às mulheres. Essas feministas acreditam em uma sociedade sem governos em que homens e mulheres possam possam viver na sua integridade e sem colocá-las à margem.
O feminismo anarquista acredita na ausência do Estado e que qualquer forma de poder deve ser extinta.
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