Um complexo de ruínas de mais de 1,5 mil anos mostrando inscrições bíblicas nas paredes foi encontrado por arqueólogos franceses e noruegueses próximo a Qasr Al-Agouz, no Egito.
A região fica nas cercanias do oásis egípcio de Bahariyya, e as escavações revelaram que as ruínas descobertas compreendem seis setores de três igrejas e cláusulas cristãs onde viviam, rezavam e se alimentavam monges entre os séculos IV e VI d.C.

As inscrições nas paredes revelam trechos bíblicos em igreja egípcia
E se 7 famosas ruínas históricas fossem restauradas?
A descoberta aconteceu originalmente em 2020, mas só foi anunciado recentemente pelo Ministério Egípcio das Antiguidades. De acordo com post oficial, o local encontrado é formado por diversas edificações de basalto, tijolos de barro e rocha, e revela os bastidores da vida monástica do passado.
Segundo Osama Talaat, chefe de Antiguidades Islâmicas, Coptas e Judaicas do ministério, em post, as paredes do complexo “ostentam grafites e símbolos com conotações coptas [cristãs-egípcias]”.

O complexo possui 19 ambientes esculpidos em pedra do século IV a.C.
Fotógrafos escalam pirâmides do Egito escondidos e registram imagens inéditas
“A missão revelou 19 ambientes esculpidos em pedra e uma igreja que ainda mantêm sua estrutura acoplada a dois espaços oblongos esculpidos em rocha com paredes mostrando escrituras em tinta amarela que incluem trechos bíblicos em grego, refletindo a natureza da vida monástica da região, apontando a presença dos monges na região desde o século 5 a.C.”, diz o anúncio oficial.
Um setor das ruínas mostra, além da igreja, um salão de jantar, fontes da residência dos monges e uma série de quartos. “A descoberta é muito importante por mostrar o planejamento dos edifícios e a compreensão da formação das primeiras congregações monásticas no Egito e na região”.
Novas ruínas
No complexo de ruínas também foram encontrados objetos diversos, como peças de cerâmica também cobertas de escritos gregos e até mesmo textos antigos na língua. Durante o período o Egito se encontrava ocupado e vivendo sob o chamado monaquismo cristão, em período que permanecer até cerca de 357 d.C., quando outras ramificações religiosas surgiram na região.

Artefato em cerâmica encontrado também tinha trechos bíblicos inscritos
O que é a Pedra de Roseta, o mais importante documento arqueológico sobre o Egito Antigo?
A descoberta é parte de uma série de novas descobertas de ruínas e artefatos antigos recentemente anunciadas pelo governo egípcio – incluindo uma cervejaria de 5 mil anos e mais de 100 sarcófagos.