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SP concentra 40% dos feminicídios com 200 mortes, diz estudo do Observatório de Segurança

04 • 03 • 2021 às 17:54
Atualizada em 09 • 03 • 2021 às 11:45
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

A Rede de Observatórios da Segurança publicou seu relatório de dados sobre a violência contra a mulher do ano de 2020. O boletim, que traz números de cinco estados (SP, RJ, PE, CE e BA), mostrou que houve um crescimento na quantidade de crimes de feminicídio e violência de gênero. Outro número que assusta é que São Paulo registrou 40% do casos monitorados pela Rede.

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Pandemia escancarou outro problema grave e estrutural do nosso país; o machismo. Dados mostram que há 5 casos de violência de gênero por dia

Pandemia trouxe mais violência contra a mulher 

A epidemia silenciosa de violência contra a mulher se expandiu durante a pandemia. O isolamento social acabou contribuindo para um crescimento desse tipo de crime em todo o Brasil. Somente no estado do Rio de Janeiro, no início da pandemia, foi registrado um aumento de 50% nos casos de agressão contra mulheres.

O relatório da Rede de Segurança mostrou ainda que, depois de São Paulo, Pernambuco é o segundo estado com a maior quantidade de feminicídio. O Rio de Janeiro é o segundo estado que mais agride mulheres, conforme mostra o documento.

Outro dado assustador é que a Rede, que monitora a imprensa e as redes sociais, registrou 74% mais casos de feminicídios que o governo do Ceará.

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Segundo o relatório, são cinco casos por dia de violência contra a mulher e feminicídio nos cinco estados. O número é absurdo.

Dados da Rede de Observação de Segurança mostram que São Paulo é primeiro lugar em índice triste: a violência contra a mulher. Fonte: Rede de Observatórios da Segurança

O levantamento ainda mostrou 21 casos de transfeminícidio, termo dado ao assassinato de mulheres trans por motivos transfóbicos. O estado do Ceará concentrou a maioria: 13. Foi em Camocim (CE), que a jovem trans Keron, de 13 anos, foi assassinada, já em 2021.

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A Rede não conseguiu mapear os dados por raça e também acredita que há subnotificação dos índices. Para denunciar violência contra a mulher, é só discar 180. As denúncias devem ser feitas para todos os tipos de violência (física, psicológica e patrimonial). Caso você seja testemunha ou suspeite da violência de gênero, meta a colher e denuncie também.

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Fotos: © Getty Images Gráfico 1: Rede de Observatórios da Segurança


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