Ciência

Vacina do Butantã contra covid pode ter primeiras doses em julho; entenda

26 • 03 • 2021 às 14:49
Atualizada em 26 • 03 • 2021 às 15:07
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Em entrevista coletiva nessa sexta-feira (25), o Instituto Butantan e o Governo do Estado de São Paulo anunciaram que desenvolveram uma tecnologia de vacina 100% nacional contra o novo coronavírus. O órgão de pesquisa pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes de fase 1 da “Butanvac”, como foi chamada. A notícia é a prova de que o investimento em pesquisa, ciência e tecnologia dá retorno.

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Nova vacina para covid-19 do Butantan

Segundo o Butantan, será possível produzir 40 milhões de doses da Butanvac em julho. A vacina utiliza a mesma tecnologia do  imunizante contra o vírus influenza, a gripe, e já leva na sua formulação a variante P1 do Sars-Cov-2, mutação do novo coronavírus que se espalhou pelo país. A própria fórmula do imunizante vai facilitar a imunização contra outras variantes que podem surgir no futuro.

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Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que a nova vacina da covid-19 irá emular a tecnologia do imunizante contra a gripe

“Protocolaremos esse material ainda hoje e vamos dialogar intensamente com a Anvisa para que ela perceba a importância da autorização do início desses estudos clínicos o mais rapidamente possível, para que possamos em um mês e meio, dois meses e meio, terminar essa fase de avaliação clínica e iniciar a produção”, afirmou o diretor do Instituto, Dimas Covas, em entrevista coletiva no dia de hoje.

“Nós aprendemos com as vacinas anteriores, já sabemos o que é uma boa vacina contra a Covid-19. Essa será uma vacina de segunda geração, mais imunogênica”, completou Covas.

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Por possuir tecnologia praticamente igual a da vacina da gripe, o Instituto utilizará a sua planta de fabricação de vacinas para o vírus influenza e conseguirá acelerar ainda mais a distribuição das doses. A esperança é que o resultado dos testes venha com rapidez para que a vacina seja autorizada rapidamente. Dessa forma, o Brasil também seria capaz de exportar vacinas após imunizar sua população.

Após ter os testes de fase 1 e 2 autorizados pela Anvisa – estes geralmente demoram poucas semanas para mostrarem resultado – a vacina pode demonstrar sua capacidade imunizante na fase 3. Assim que aprovada, a Butanvac poderá ser distribuída para a população brasileira, que tanto precisa de uma luz no fim do túnel para a pandemia.

 

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