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As Escolas de Samba são tradicionais agremiações que desfilam competitivamente com fantasias, carros e alegorias ao redor de um tema e um samba-enredo em forma de canção, tocada por uma banda e uma bateria – mas essa é uma definição técnica e fria: as escolas se tornaram parte da identidade carioca, paulista e até mesmo nacional de forma profunda e simbólica sobre o que é o Brasil. verdadeiras instituições como Mangueira e a Portela e, em São Paulo, a Primeira de São Paulo e a Lavapés, traçaram os primeiros passos dessa que se tornaria a maior reunião de manifestações culturais e artísticas do mundo, mas essa história remonta ao século XIX e começa especialmente no Rio de Janeiro. Foi no centro da então capital federal que o primeiro “rancho” de carnaval saiu em desfile: o “Rei de Ouros” era um desdobramento da folia de reis, e foi criado pelo pernambucano Hilário Jovino Ferreira em 1893.
Porta-bandeira da Portela em 2015 © Wiki Commons
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A novidade do “Rei de Ouros” já saia à rua em festa trazendo enredo, o uso de instrumentos que se tornariam signos das escolas até hoje – como pandeiros, ganzás e tantãs além dos instrumentos de corda, diretamente das mãos africanas para a festa – e até mesmo personagens centrais do desfile ainda atuais, como o Mestre Sala e Porta-Bandeiras. A polícia tristemente perseguiu Hilário e os foliões e foliãs, mas o sucesso foi tamanho que, no ano, seguinte até o presidente Deodoro da Fonseca foi assistir ao “desfile”. A importância de Hilário para o surgimento do samba no Brasil seria ainda maior, já que historiadores do tema afirmam que ele provavelmente foi um dos compositores de “Pelo Telefone”, considerado de autoria somente de Donga, mas que teria sido feito em parceria com Hilário, Sinhô e também Tia Ciata.
Hilário Jovino Ferreira de casaca e segurando seu chapéu © reprodução
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Os blocos de rua começariam a fazer da folia do carnaval uma festa imensamente popular ainda no final do século XIX – no início do século XX, por exemplo, seria fundado o Cordão do Bola Preta, em 1918, o mais antigo bloco ainda em atividade no Rio de Janeiro – e um dos maiores do mundo, reunindo milhões de pessoas em sua saída. As escolas de samba propriamente, porém, só seriam efetivamente inventadas cerca de uma década depois do Bola Preta, no final da década de 1920 no Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro do Estácio, onde o próprio samba teria sido criado – ou é isso que a lenda diz, já que muitos pontos dessa história são controversos e contrariados frequentemente por especialistas.
A história conta que a primeira escola de samba foi a Deixa Falar, fundada por Ismael Silva, Nilton Bastos, Alcebíades Barcelos, Osvaldo Vasques, Edgar Marcelino dos Passos e Sílvio Fernandes em 1928 e já mencionada nas páginas dos jornais do Rio em 1929.
Da esq. pra dir: Paulo da Portela, Heitor dos Prazeres, Gilberto Alves, Bidê e Marçal – fundadores da Turma do Estácio e da Deixa Falar © reprodução
Um dos primeiros desfiles da Deixa Falar
Alguns afirmam que o termo “escola de samba” teria sido criado por Ismael Silva, pelo fato das reuniões da Deixa Falar ocorrerem em frente à Escola Normal no Largo do Estácio, mas especialistas como Luiz Antonio Simas afirmam ser mais provável que a classificação tenha vindo do rancho Ameno Resedá, um dos mais famosos ranchos cariocas, fundado em 1907 e precursor das comissões de frente, que era designado “Rancho Escola”.
Ismael Silva tocando pandeiro © Wiki Commons
Na Deixa Falar o músico Bidê inventaria o Surdo de marcação que se tornaria uma das principais características do samba de escola moderno. Já o bloco Conjunto Oswaldo Cruz viria a se transformar na Portela – e eis aqui um dos primeiros embates: alguns pesquisadores afirmam que a escola azul e branca do bairro de Oswaldo Cruz teria sido em verdade a primeira, já que o bloco teria sido criado em 1923, e a escola em 1926.
Portela no primeiro desfile oficial, em 1932, em foto do jornal A Noite © reprodução
Antes de passar a se chamar “Portela” em meados da década de 1930, porém, além do primeiro batismo com o nome do bairro, a escola carregou também o nome de “Quem Nos Faz é o Capricho” e “Vai Como Pode” – a escola segue como a maior campeã do carnaval do Rio, com 22 títulos, seguida pela Mangueira, com 20.
A bateria da Portela em 2012 © Wiki Commons
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Seja na ordem que for, o fato é que Deixa Falar, Portela e Mangueira formam a dourada trinca das escolas fundadoras do carnaval carioca. A Estação Primeira de Mangueira seria fundada por Cartola (que seria o primeiro Diretor de Harmonia), Carlos Cachaça (que não estava presente na reunião de fundação mas é considerado) Saturnino Gonçalves (que se tornaria o primeiro presidente da escola) e outros no Morro da Mangueira.
Cartola em desfile da Mangueira em 1978 © Getty Images
Alguns historiadores, porém, afirmam que a fundação da escola teria acontecido no ano seguinte, em 1929, contrariando o próprio Cartola. A Mangueira nasceu como desdobramento do Bloco dos Arengueiros, criado em 1923 pelo mesmo grupo fundador.
Desfile da Mangueira em 1970 © Wiki Commons
Conta a história oficial que os desfiles de carnaval aconteciam de forma desorganizada e sem premiação 1932, quando o jornalista Mário Filho organizou, com suporte do jornal Mundo Esportivo, o primeiro desfile competitivo oficial das escolas – no qual a Mangueira se consagraria campeã. No ano seguinte, O Globo assume a organização da competição, que assim segue até 1935, quando o então prefeito Pedro Ernesto reconhece as escolas e cria a sigla Grêmio Recreativo Escola de Samba, ou GRES, até hoje usada pela maioria das agremiações. Os desfiles originalmente aconteciam no domingo de carnaval na Praça Onze; no final dos anos 1940 foi para a Avenida Presidente Vargas, onde ficaram até 1984, quando o governador Leonel Brizola e seu vice, Darcy Ribeiro, inauguraram o Sambódromo.
O Sambódromo do Rio, fundado em 1984 © Wiki Commons
Entre o fim dos anos 1920 e meados dos anos 1930, a transmissão feita pela Rádio Nacional dos desfiles no Rio teria feito nascer as primeiras agremiações do samba em São Paulo. Em 1935 foi inaugurada a Primeira de São Paulo que, como o nome sugere, foi a primeira escola de samba da capital paulista. Situada no bairro da Pompéia e com as cores vermelho, preto e branco, a Primeira desfilou no ano de sua fundação com cerca de 30 componentes, e seguiria em atividade pelos sete anos seguintes.
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A primeira escola, contudo, a se popularizar e se solidificar enquanto instituição foi a Lavapés, que não por acaso é hoje a mais antiga escola de samba em atividades na cidade. Fundada em fevereiro de 1937 no bairro da Liberdade, após a fundadora Madrinha Euridice assistir o desfile carioca no ano anterior. A Lavapés é até hoje a maior campeã do carnaval de São Paulo, com 20 títulos.
Armando Marçal, Paulo Barcellos e Bidê, fundadores da Deixa Falar, entre as pastoras © reprodução
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