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O primeiro Museu da Vagina do mundo foi criado para normalizar a existência do órgão genital feminino com exposições que desmistificam qualquer tabu. Fundado por Florence Schechter no Mercado de Camden, em Londres, em outubro de 2019, o projeto foi começou dois anos antes com pop ups em todo o país.
A ideia começou quando a fundadora se deu conta de que havia um Museu do Pênis na Islândia e nenhum que saudasse a vagina. Schechter ficou aborrecida com esse fato e pensou que só existia uma uma maneira de corrigir isso: fazendo seu próprio museu dedicado ao órgão feminino.
O Museu da Vagina tem recebido muitos visitantes desde sua inauguração, com muitas críticas positivas. Com a pandemia COVID-19, porém, o espaço permanece temporariamente de portas fechadas, assim como outros museus e atrações em todo o Reino Unido.
Se a ideia era fazer um contraponto ao museu do pênis, o lugar deveria se chamar museu da vulva – já que esta é a palavra para a parte exterior do órgão.
Mas a curadora do Museu da Vagina, Sarah Creed, explicou ao site Blooloop que, além da palavra ‘vulva’ não abranger toda a anatomia, “mais de 65% da população mundial se refere a toda a genitália como uma vagina”. “Embora não seja uma palavra correta para a totalidade dessa parte do corpo, ainda é uma palavra biologicamente correta”, disse.
Como muitas pessoas ainda não conhecem a palavra vulva, uma instituição que leve esse nome poderia perder a chance de envolver e educar mais pessoas.
As organizadoras já estão planejando e revendo a programação do Museu para um momento pós-Covid-19. “O que estamos fazendo é programar duas exposições temporárias por ano. Queremos cobrir uma variedade de tópicos, desde a contracepção, passando pela menstruação e anatomia, história sexual, explorando gênero e sexualidade e a diferença entre gênero e sexo”, conta Creed ao Blooloop.
“Como organização, também somos aliadas LGBTQ + e intersexual. Falamos sobre questões LGBTQ + e removemos o estigma em torno desses indivíduos.”
O Museu da Vagina é frequentemente considerado um museu para “mulheres”. Mas Creed afirma que isso não é verdade: “Nós nos alinhamos dizendo que representamos a todos. É tão importante para um homem cis saber disso quanto para qualquer pessoa que tenha uma vagina”.
Existe um desconhecimento generalizado sobre a anatomia ginecológica, mesmo agora, no século 21. Creed conta que, na escola, meninos e meninas ainda são frequentemente separados para a “conversa sobre puberdade”. E isso tem o efeito de fomentar a ignorância sobre a anatomia.
“Além disso, os meninos estão aprendendo sobre sexualidade, desejo sexual, sonhos molhados, masturbação. As meninas não são ensinadas sobre o prazer: elas são ensinadas sobre a menstruação e os hormônios. Embora eles sejam ensinados sobre preservativos, não há conversa sobre a amplitude da contracepção e os direitos que elas têm em torno dela. Não há sensação de empoderamento sobre seus próprios corpos”.
À medida que o museu avança como instituição e tiver instalações maiores e permanentes, elas planejam ter programas de educação e extensão para lidar com esse atraso.
O Museu da Vagina é ainda um defensor dos direitos das trabalhadoras do sexo, mas não da pornografia agressiva e negativa. “O problema é a pornografia hardcore gratuita que está a dois ou três cliques de distância. Não é representativo e perpetua mitos sobre o que é atividade sexual apropriada”, explica Creed.
O público tem sido variado, o que abre conversa com diferentes idades e realidades. “De pais chegando com seus filhos querendo normalizar essas conversas desde os mais jovens até pessoas de 70 anos que chegam e dizem: ‘Eu tenho uma vagina e não sabia nem metade disso”.
Muitos dos defensores do museu são pais que não tiveram acesso a informações semelhantes quando tinham dez ou onze anos, mas querem que seus próprios filhos tenham.
“Sempre haverá pessoas que ficam petrificadas. Ou elas têm vagina e ficam com vergonha de saber tão pouco sobre ela. Ou serão parceiros, entes queridos ou amigos que não têm vagina. Essas pessoas podem sentir que este não é o seu espaço e que pode ser impróprio para elas estarem aqui”.
Ela então usam do humor para deixar todo mundo mais relaxado. “O envolvimento com o humor difunde essas situações. Pode não remover o desconforto completamente, mas deixa todos mais relaxados”.
“Temos pessoas disfarçando seu nervoso ou estranheza vindo até nós com humor também. Por exemplo, ‘Oh, você fecha todos os meses durante uma semana?’ Ou, ‘Eu ia tocar a campainha, mas não consegui encontrar.’
“Vamos rir e nos envolver com eles, depois perguntar: ‘O que motivou sua visita hoje?’ Oito em cada dez vezes haverá uma pergunta genuína. O que eles costumam esperar, é que eles sejam convidados a sair. Mas nós apenas resmungamos e dizemos ‘Bem, é apenas a milionésima vez que ouço essa’, e então podemos seguir em frente, porque eles já estão conectados”.
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