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A passagem de Bob Marley pelo Brasil em 1980 possui verdadeiro caráter mítico – curiosamente não tanto por aspectos musicais, mas sim futebolísticos. A presença de um dos maiores compositores e artistas do século XX em solo brasileiro pela primeira vez se deu como um compromisso de sua gravadora, mas Marley não pôde se apresentar por aqui, aproveitou a passagem pelo “país do futebol” para expressar seu amor pelo esporte, e jogar bola com alguns dos maiores nomes da música brasileira.
A colonização inglesa levou o futebol à cultura jamaicana – e Marley era especialmente apaixonado pelos jogadores brasileiros © Acervo Bob Marley
Bob Marley à época estava em estúdio gravando o disco Uprising, que se tornaria seu último trabalho lançado em vida, e o convite para vir ao Brasil veio do executivo Ramón Segura, então diretor geral da Ariola, para o lançamento da gravadora de origem alemã no Brasil. A aceitação imediata ao convite se deu não somente pelo apreço de Marley pelo país ou a música brasileira, mas também pela imensa admiração que abertamente nutria pela Seleção Brasileira e por jogadores como Rivelino, Jairzinho e, claro, Pelé.
Marley no time com Chico Buarque, Toquinho (em pé, de bigode) e Paulo Cézar Caju (ao lado de Marley) © Wikimedia Commons
A viagem aconteceu em um avião fretado pela gravadora jamaicana Island Records, e trouxe outros artistas como o guitarrista Junior Marvin, que tocava com Marley, Jacob Miller, da banda de reggae Inner Circle, e ainda o empresário Chris Blackwell, fundador da Island, junto de sua mulher, a atriz Nathalie Delon. Quando o grupo chegou ao Brasil, porém, em Manaus, onde o avião realizou sua primeira escala, um grupo de militares não concedeu passaporte de trabalho aos artistas – impedindo, assim, que Marley pudesse tocar na festa ou em qualquer outro local.
Caju, Marley e Chico marcariam os gols da vitória © Twitter/Bob Marley
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Se a música havia sido proibida pelos militares, o futebol era a segunda paixão de Marley, e estava liberada. A partida foi agendada para o Centro Recreativo Vinicius de Moraes, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, onde se localiza a sede do Politheama, time de futebol fundado pelo compositor Chico Buarque. Além de Chico e Marley, estavam também em campo Carlinhos Vergueiro, Toquinho, Moraes Moreira, Alceu Valença e também Paulo Cézar Caju – único profissional na partida, membro da lendária seleção de 1970, por quem Marley nutria especial admiração.
Segundo relatos, Marley não era especialmente um craque © Twitter/Bob Marley
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Segundo consta, o imenso talento musical do artista não era proporcional às suas habilidades em campo: Marley seria um perna de pau. A partida teria durado somente 20 minutos pela falta de preparo físico dos envolvidos, e terminado em 3 a 0 – com gols de Paulo Cézar Caju, Chico Buarque e do próprio Bob Marley. A festa da Ariola aconteceu na boate Noites Cariocas, no alto do Morro da Urca, e reuniu ainda toda a vasta constelação de artistas brasileiros.
Na foto, Marley está com Moraes Moreira e, na ponta de bigode, o produtor brasileiro Mazzola © Acervo Bob Marley
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Antes de voltar à Jamaica, o músico comprou grandes quantidades de material esportivo, e ainda instrumentos musicais. A promessa era de que o artista voltasse em breve para realizar um show completo, mas tal sonho não se concretizou: pouco mais de um ano após sua passagem pelo Brasil, Bob Marley viria a falecer por conta de um câncer em 11 de maio de 1981, aos 36 anos.
Marley se tornou o mais importante nome da história do reggae © Wikimedia Commons
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