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Covid: 76% dos mortos pelo vírus em SP não completaram educação básica

27 • 05 • 2021 às 10:26
Atualizada em 01 • 06 • 2021 às 10:21
Redação Hypeness
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Uma pesquisa feita pelo Instituto Pólis na cidade de São Paulo identificou que as pessoas mais afetadas pelo coronavírus integram um grupo que não chegou a completar a educação básica, o que representa 11 anos ou menos de estudo. Cerca de 76% dos mortos pela Covid-19 fazem parte dessa parcela. 

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Entre as vítimas, 7,3% não possuíam qualquer tipo de estudo. Quase a metade delas (47%) havia completado ao menos o ensino fundamental 1. Outros 22,4% chegaram a terminar o fundamental 2, 12,3% completaram o Ensino Médio e sobre 11% não houve informação a respeito. 

Os dados utilizados correspondem ao período entre os meses de março de 2020 e março de 2021. Nesse período, a capital paulista registrou cerca de 30 mil mortes. 

A pesquisa também apurou a área de atuação profissional de cada uma das vítimas. Entre elas, 21,6% faziam parte do grupo de atividades essenciais, como saúde, segurança pública e transporte. 

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Quase 10% correspondia ao grupo de atividades não essenciais e outras 6,5% trabalhavam em serviços que deveriam ter sido suspensos, como trabalho doméstico e construção civil. A maior parte das vítimas era aposentada (32,2%). A segunda maior correspondia a donas de casa (15,7%).

Para realizar o estudo, foram utilizados dados da base de mortalidade do programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade coordenado pela Secretaria de Saúde do Município de São Paulo. 

Em seu site, a instituição explica que a proposta do estudo era identificar as atividades ocupacionais das vítimas de Covid-19 para verificar quais grupos de trabalhadores e trabalhadoras foram mais impactados pelas mortes derivadas da infecção do Sars-Cov-2. 

Este tipo de investigação ajuda a levantar hipóteses sobre como a atividade de trabalho pode determinar o nível de exposição ao vírus e, no limite, como determinadas ocupações podem estar associadas a taxas de mortalidade mais ou menos elevadas”, diz a plataforma.

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Fotos: Getty Images


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