Canais Especiais Hypeness
-
Adotar é Hype
-
Namore-se
De uma maneira até automática, quando pensamos em jogos eletrônicos ou e-sports, a associação aos jogos e vídeo-games é feita aos homens. Uma das razões para essa associação inconsciente pode ser pelo fato de o próprio cenário competitivo e as equipes que disputam os grandes campeonatos serem compostas majoritariamente por homens, brancos e cisgêneros. Mas, será que realmente apenas eles jogam ou a diversidade também existe no mundo dos games? Para desvendar quem realmente joga no Brasil, o ‘Prosa’ convidou para o bate-papo dessa semana os gamers e streamers Willian da Silva e Zahri.
Para começo de conversa, a Pesquisa Game Brasil de 2020 apontou que as mulheres são maioria entre os consumidores de jogos eletrônicos no Brasil, representando 53,8% do total de jogadores. Além disso, o estudo também mostrou que essa realidade não é recente. Desde o ano de 2016 as mulheres já lideram essa estatística do consumo de games.
Porém, quando falamos em grandes torneios de e-sports, com audiência e faturamento gigantescos, não vemos diversidade. Pelo contrário, reflexo de uma sociedade machista, patriarcal e racista, temos um grande padrão a ser seguido.
Para Willian, o perfil realmente sempre foi mais elitizado, mas o cenário começa a dar indícios de mudanças, sobretudo pelo Free Fire, que é um jogo mobile, para jogar no celular e que abriu a porta para muitas pessoas. “Hoje não é difícil ter um celular independente de a pessoa ser da periferia ou não. Mesmo se a criança não tiver o aparelho o pai ou a mãe vão ter e em algum momento a criança vai acabar jogando. Ela pode até fazer um stream pelo celular e isso abre portas também para a comunidade poder aparecer mais”.
Jogos mobile como o Free Fire contribuíram para uma maior diversidade e expansão dos games no Brasil
Zahri, que é uma mulher trans, pensa que os homens brancos e cisgêneros sempre dominaram o espaço dos games e agora a mudança tem que acontecer e expandir. Além disso, a streammer também destacou um impacto social causado pelo jogo Free Fire. “O impacto social para o mundo dos games é incrível pela acessibilidade de pessoas que antes não podiam jogar e agora entraram no mundo gamer. É muito positivo e tem que continuar acontecendo. Eu espero que tenham novos games que consigam trazer isso”.
A mudança está acontecendo, mas o processo é longo e os passos são lentos. Apesar de os próprios gamers já notarem uma maior inclusão e diversidade dentro do cenário, Willian pontua que já sofreu – e sofre com ataques racistas. “Uma vez estava jogando Counter Strike e entraram uns caras na Live me chamando de macaco, perguntando se eu fazia faculdade e aceitavam gente preta na faculdade. Não me afetou muito porque eu amo ser negão, mas isso foi da minha crianção para não sofrer com esse tipo de ataque. Ser negão é foda! Mas atrás do computador infelizmente tem gente muito cruel”.
Reality show cria primeira equipe brasileira mista de um dos games mais famosos do mundo
Zahri também relatou durante a prosa que o preconceito acontece quase que diariamente, com pessoas sendo transfóbicas ou misóginas. Mas que o que realmente a incomoda é o julgamento misógino dos gamers de associarem sempre mulheres a pessoas tóxicas ou raivosas, e os homens não.
O cenário competitivo historicamente foi dominado por homens brancos e cisgêneros
Sobre o posicionamento das marcas, ela ainda destacou que algumas mostram preocupação com a diversidade e inclusão porque o próprio capitalismo acaba englobando o que é rentável. “Mas não acho ruim, se traz visibilidade, independente de uma motivação genuína ou pela rentabilidade o impacto é positivo. Acho que existe um movimento de melhoria das marcas pela diversidade mas acho que existem organizações e organizações. Não é uma mudança generalizada, mas acontece em determinadas esferas”, pontua.
Willian também destacou que muitas marcas vão muito pelo hype do momento, e não pela diversidade em si e por querer apoiar a causa. “O caso do george Floyd foi um boom das marcas contra o racismo, mas depois parou”.
Microsoft cria controle de Xbox para pessoas com mobilidade reduzida
O episódio também abordou questões como o empoderamento, racismo estrutural, representatividade, disforia de gênero, equipes exclusivas de negros ou LGBTQIA+ e a curiosa relação de Willian com o atletismo profissional.
Ficou curioso para saber o que mais rolou nessa prosa? Então aperta o play, sinta-se em casa e vem com a gente! Ah, também guardamos dicas culturais incríveis para você nesse episódio enquanto aprecia um café com um pão quentinho!
Publicidade
O veganismo, muito mais do que uma simples forma de se alimentar, é uma filosofia e estilo de vida, um ato político,...
O Brasil, mais uma vez, teve outro capítulo de sua história marcada pela escravidão que insiste em empilhar corpos...
“Há muita economia, economia demais na paisagem do nosso mundo, e a lógica dos negócios está se tornando a...
Demétrio Campos Santos já nasceu diferente, relata a mãe, Ivoni Conceição Campos Santos. “Ele era eufórico,...
Muitas pessoas têm uma visão preconceituosa, simplista e equivocada, e limitam a astrologia apenas ao "horóscopo de...
Nostalgia, no dicionário, é definido como um sentimento ligeiro de tristeza pela lembrança de experiências vividas...
Neste exato minuto, mais de 900 milhões de pessoas estão vivendo em favelas pelo mundo, aponta relatório da...
Mais de 200 jornalistas que trabalham para a Folha de São Paulo endereçaram uma carta de repúdio à diretoria do...
Junho é conhecido como o Mês do Orgulho LGBTQIA+, porém, é importante destacar que a inclusão, o respeito e...