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Você conhece a origem dos dreadlocks? O cabelo que hoje é símbolo de resistência para comunidades negras ao redor de todo o mundo tem diversas origens e a própria historiografia sobre esse estilo e o termo que o denomina é conflituosa.
Bob Marley popularizou a cultura jamaicana e a religião rastafari, que tem nos dreadlocks um de seus principais símbolos
Cabelos dreadlocks são conhecidos ao redor da história em diversos contextos; há registros de sua presença em sociedades pré-incaicas no Peru, em sacerdotes aztecas do século XIV e XV e em diversas regiões do mundo.
Atualmente, diversas culturas mantém a tradição de utilizar os dreads além dos rastafaris: muçulmanos do Senegal, os himbas da Namíbia, os sadhu indianos e outras comunidades do mundo.
Sacerdote indiano utilizando dreadlocks no início do século 20; diversas culturas não-ocidentais adotavam o estilo que acabou se popularizando através do rastafarianismo
Entretanto, o cabelo acabou se tornando uma forma de expressão dos seguidores de Haile Selassie, o último imperador da Etiópia que é cultuado como deus pelos rastafaris.
O império etíope – então conhecido como Abissínia – foi um dos poucos territórios da África que se manteve longe das garras da colonização europeia. Sob o comando do rei Menelik II e através da manutenção de seu território pela Imperatriz Zewidtu, o país derrotou a Itália diversas vezes e se manteve independente dos europeus.
Em 1930, após a morte de Zewidtu, Ras Tafari (nome de batismo) foi coroado imperador etíope sob o nome Haile Selassie. E é aí que essa história começa.
Haile Selassié, o controverso imperador etíope observado como entidade divina pelo rastafarianismo
O filósofo jamaicano Marcus Garvey um dia fez uma profecia. “Olhem para a África, onde um rei negro vai ser coroado, anunciando que o dia da libertação estará próximo”, disse. O teórico antirracista acreditava que a libertação do povo negro viria através de um imperador negro. Em 1930, sua profecia se mostrou em parte real: a Etiópia coroava um imperador negro no meio de uma África dominada por colonizadores brancos.
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Quando as notícias sobre Selassie chegaram à Jamaica, diversos seguidores de Garvey na Jamaica viram que um futuro para os negros do mundo todo estava nas mãos de Selassie. Ele foi rapidamente colocado no posto de messias bíblico que veio como reencarnação de Deus.
Seguindo seu plano de modernizar a Etiópia, abolindo a escravidão e promovendo algum tipo de industrialização para a região, Selassié regeu o país até 1936. Nesse ano, o exército de Vitor Emanuel III em parceria com Mussolini conseguiu conquistar a Abissínia.
Selassié foi exilado, mas seus fiéis etíopes se mantiveram na Abissínia. Durante seu exílio, diversos seguidores adotaram à risca o preceito bíblico que impede os homens de cortarem seus cabelos. E assim eles aguardaram por anos a volta do imperador ao trono.
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Esses fiéis eram guerreiros que lutavam pela independência etíope. Eles eram chamados de ‘dreaded’ – temidos – e eram conhecidos por seus locs – seus cabelos unidos após anos sem corte. A união das palavras se tornou ‘dreadlocks’.
Encontro entre Selassié e rastafaris na Jamaica em 1966
Em 1941 Haile volta ao trono etíope, e a tradição continua entre os adoradores de Ras Tafari. Os dreads ganham grande popularidade a partir dos anos 70 e 80 quando Bob Marley, seguidor do rastafarianismo, estoura a nível mundial.
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Hoje os dreads se tornaram uma forma de expressar o orgulho de ser negro e a miríade de culturas que circundam os povos originários da África.
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A ideia de que dreads são supostamente ‘sujos’ é absolutamente racista. Os dreads são muito bem cuidados e são uma forma importante de expressão da beleza da cultura negra, com viés anti-imperialista. Por isso, é importante respeitar os dreads, celebrá-los e compreendê-los.
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