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Linn da Quebrada critica fala transfóbica de Pedro Bial em entrevista com Ronaldo

24 • 05 • 2021 às 17:07
Atualizada em 24 • 05 • 2021 às 17:09
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

A multiartista Linn Da Quebrada criticou o apresentador Pedro Bial após uma entrevista com o atacante Ronaldo em seu programa ‘Conversa do Bial’. Linn, que é travesti, criticou o jornalista da Globo por utilizar o pronome errado para falar das mulheres envolvidas no caso. Além disso, a cantora afirmou que a narrativa de Bial e de Ronaldo reforçam uma narrativa transfóbica da mídia brasileira.

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Linn da Quebrada criticou Pedro Bial por fala transfóbica em seu programa

Linn replicou um texto da pedagoga Ana Flor, que é travesti. A assessora parlamentar de Érica Malunguinho, primeira parlamentar trans da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo criticou a narrativa de Ronaldo. Ela afirma que a forma como o jogador lidou com o episódio estigmatiza ainda mais as pessoas trans do nosso país.

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“Não consigo gostar do Ronaldo. Principalmente quando percebo que ele parece manipular, para ficar evidência, o fato de já ter saído com algumas travestis. É terrível! Ele fala como se fosse o fim da vida dele. Pura transfobia. Chega a doer os ouvidos. Desde 2008 Ronaldo sustenta, de alguma maneira, essa narrativa transfóbica. Eu tinha 13 anos, e o Ronaldo contava essa história. Hoje, estou com 24, e Ronaldo segue contando a MESMA história e contribuindo para um processo de marginalização das travestis”,  diz Ana.

“A imprensa brasileira adora reiterar essa história. É muito fácil falar das travestis nesse sentido. Replicar, de diferentes formas, esse lugar de margem. Nossa, tenho uma repulsa dessa história e do conto que ela se tornou no Brasil. Eu tenho certeza que muitas pessoas que me seguem também cresceram sabendo dessa história do Ronaldo. Né? Que ele saiu com as travestis, e conta até hoje como se fosse o castigo eterno da vida dele. Um suco de transfobia com sobremesa de exibicionismo”, conclui a pedagoga.

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Linn, que foi entrevistada por Bial em agosto do ano passado, ficou espantada como a forma que Bial se portou.

“É um absurdo. Mesmo depois de ter entrevistado a mim e ter acesso a tanta informação, ainda assim, o Bial se permitir erros tão irresponsáveis e cruéis com nossos corpos. Uma transfobia que corrobora com todo processo de marginalização ligado às nossas identidades. Inadmissível”, disse.

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Fotos: Reprodução/TV Globo


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