Debate

‘Pênis na Fiocruz’: número 2 da saúde vira piada em CPI sobre descontrole da pandemia

26 • 05 • 2021 às 15:07
Atualizada em 03 • 01 • 2023 às 17:30
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Em um dos capítulos da chamada CPI da Covid, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, Mayra Pinheiro, teve uma participação digna de meme, mesmo se tratando de um assunto sério.

Durante a comissão parlamentar que investiga supostas omissões e irregularidades na atuação do governo federal durante a pandemia que matou mais de 450 mil pessoas, no Brasil, em pouco mais de um ano, um áudio de Mayra criticando a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi apresentado e chamou atenção pelos argumentos da secretária.

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Pênis e Fiocruz 

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, resgatou um áudio onde Mayra, conhecida como “Capitã Cloroquina” pela defesa do remédio ineficaz no tratamento da covid-19, fala sobre o suposto posicionamento político da Fiocruz que estaria, segundo ela, demonstrado por meio de um pênis na estrutura do prédio em que visitou.

“A Fiocruz é um órgão ligado ao Ministério da Saúde, que é mantido com recursos do Ministério da Saúde, e trabalha contra todas as políticas que são contrárias à pauta deles de minorias. Tudo deles envolve LGBTI, eles têm um pênis na porta da Fiocruz, todos os tapetes das portas são a figura do Che Guevara, as salas são figurinhas do ‘Lula livre’, ‘Marielle vive”, disse a voz de Mayra em áudio reproduzido durante a CPI.

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O conteúdo exposto contradiz o depoimento presencial da secretaria na CPI, onde fez elogios e definiu a instituição como de excelência. Ela não só confirmou a declaração feita no áudio, como corrigiu Omar Aziz, presidente da CPI, que acreditava ter ouvido Mayra dizer “tênis” na gravação. Segundo a própria, a palavra proferida por ela foi realmente “pênis”.

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A secretária explicou o contexto do áudio. “Eu não era secretária e houve um vazamento. Nessa época, isso era a constatação de fatos. Sim, tinha um objeto inflável, em comemoração a uma campanha, na porta da entidade”, disse.

Capitã Cloroquina

“Fiocruz”, “Mayra”, “pênis” e “Capitã Cloroquina” foram palavras que repercutiram nas redes sociais e ficaram entre os assuntos mais comentados após a participação de Mayra na CPI. As falas da secretária rapidamente se transformaram em memes.

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Mayra ficou conhecida como “Capitã Cloroquina”, após a insistência em promover o uso do medicamento como “tratamento precoce” para a covid-19, mesmo sem comprovação científica. Em janeiro, lançou, em Manaus, ao lado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a plataforma TrateCov, que tinha como objetivo promover o uso da cloroquina.

Isso aconteceu um dia após o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), anunciar a gravidade da pandemia no estado e pedir apoio do governo federal para transporte de cilindros de oxigênio de outras regiões do Brasil. A plataforma de Mayra acabou sendo retirada do ar após críticas. Hoje Pazuello se defende, argumentando que o site foi colocado no ar por hackers que agiam contra o governo.

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado /Fotos Públicas


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