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O rapper indígena Kandu Puri acaba de lançar seu primeiro EP com músicas no idioma puri e em português. O trabalho chega ao mundo pelo selo musical independente Azuruhu, o primeiro comandado e feito para indígenas no Brasil.
O EP Krim chegou a todas plataformas de streaming na última semana, trazendo rimas de protesto que relatam um presente de fúria e o passado de glória dos povos originários.
Kandu é um indígena do Rio de Janeiro que vive em contexto urbano, assim como um total de 40% de indígenas no Brasil. Aos 25 anos, ele já viveu em diferentes lugares da Zona Norte carioca, mas foi nas suas passagens pelo Morro da Providência e Complexo da Maré que ampliou seu contato com os movimentos de poesia marginal, poesia de rua, slam e rodas culturais.
“Escuto RAP e funk desde menor e isso foi marcante ao longo da vida. O RAP chega como informação, protesto, luta, influência poética e política. Isso fez com que me expressasse através do RAP, para mostrar a realidade de indígenas em contexto urbano, em favelas, nas periferias das cidades, invisibilizados e esquecidos em um apagamento histórico”, conta.
No idioma puri, Krim é sangue e, nesse primeiro EP, Kandu fala das dores de seu povo. Ele espera gerar conscientização nas pessoas que o escutam.
Na faixa “Indígena Originário RJ” ele denuncia violências de hoje e ao longo da história. Em ML’ITON, o rapper canta pelos que foram proibidos e perseguidos. Já em KOYA procura uma resposta para a invasão que dizimou parte dos povos originários e que hoje os marginaliza e avisa “Os meus parente são brabos”.
Suas letras denunciam o racismo estrutural e os males da colonização. Para Kandu, se lançar na música e como rapper é mostrar para todos que indígenas podem ocupar lugares não imaginados.
Durante o período da quarentena, no ano passado, Kandu participou da faixa “Pandemia” do EP Wiramiri de Kaê Guajajara. Na letra, eles lembram que são parte do grupo de risco há mais de 500 anos.
O trabalho de Kandu Puri está nas principais plataformas de streaming como Spotify, Deezer, iTune. O EP também chegou ao Youtube, onde apresenta versões em libras das faixas.
Azuruhu é um papagaio grande que canta alto e voa em bando. Por isso, dá nome ao primeiro selo artístico que reúne artistas indígenas da música, da literatura e do audiovisual. Encabeçada pela cantora Kaê Guajajara, a iniciativa valoriza a construção coletiva indígena. A ideia é criar autonomia para os artistas e fomentar a arte indígena contemporânea.
Além de Kaê e Kandu, o selo também conta com neo soul de Brisa Flow, a música indígena contemporânea de Ian Wapichana e o rap de Mirindju. Mais lançamentos estão previstos para os próximos meses. Acesse o link e conheça mais.
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