Sem dinheiro para absorventes 1 em cada 4 jovens já deixou de ir à aula por menstruar

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Você já ouviu falar em pobreza menstrual? É um termo que se refere aos impedimentos financeiros de acessar itens básicos de higiene para o dia a dia da mulher menstruada.

Levando em consideração que a menstruação acontece todos os meses, o custo de absorventes pode ser um impeditivo para a vida de muitas mulheres. Sem dinheiro para comprar produtos ou por falta de informação, 1 em cada 4 jovens já deixou de ir à aula por menstruar.

É o que aponta um levantamento nacional inédito, coordenado pela antropóloga Mirian Goldemberg. Para a pesquisa, ela entrevistou mulheres de todo o Brasil entre 16 a 29 anos para falar sobre essa pobreza menstrual.

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“Tem um cálculo de quanto a mulher gasta com absorvente. Estima-se em R$ 3 mil a R$ 8 mil ao longo da vida gasto total com absorvente. O absorvente e outros produtos de higiene menstrual são ainda hoje mundo afora vistos como produtos cosméticos, como produto de luxo, são frequentemente tributados dessa forma”, explica Letícia Bahia, diretora executiva da Girl Up Brasil em entrevista ao Fantástico.

O ONG Girl UP é movimento global em prol dos direitos femininos. A pesquisa aponta que cerca de 30 milhões de mulheres menstruam atualmente no Brasil e que o impacto da falta de acesso a produtos de higiene básica são um dos motivos da evasão escolar de meninas.

Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar, conduzida pelo IGBE em 2015, aproximadamente 231 mil meninas – sendo 65% negras – frequentam escolas que não têm banheiro em condições de uso.

Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o direito das mulheres à higiene menstrual como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. A própria ONU estima que uma em cada dez meninas perdem aula quando estão menstruadas.

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