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Nas andanças pelo Brasil, para divulgar seus livros, o jornalista Pedro de Luna sempre ouvia três pedidos especiais dos fãs de música: que escrevesse um livro sobre O Rappa, Os Raimundos ou Charlie Brown Jr. Autor da biografia do Planet Hemp (“Planet Hemp: mantenha o respeito”, Editora Belas-Artes, 2018), ele não atendeu aos desejos de forma direta, mas escolheu um caminho que contemplava parte deles: um livro sobre a vida de Champignon (1978-2013), baixista do CBJr.
“Eu falava: ‘porra, vocês só querem banda polêmica!”, brinca o biógrafo, em entrevista por telefone com o Hypeness. Pedro conta que, em 2019, conheceu a última companheira de Champignon, a cantora Claudia Bossle. O encontro fez o jornalista refletir sobre a história do co-fundador do Charlie Brown, ao lado de Chorão.
“Escrever sobre o Champignon seria uma oportunidade não só de eu conhecer mais sobre esse cara, mas também de pesquisar sobre o Charlie Brown, que não existe um livro sobre eles até hoje”, conta o escritor. “Também era uma oportunidade de mergulhar na própria cena (musical) de Santos”, ressalta.
Foram dois anos de pesquisa para o livro ficar pronto. Boa parte desse tempo foi dedicado a comprar revistas dos anos 1990 para encontrar informações necessárias para a produção da obra, que tem o apoio das duas irmãs do baixista.
Com cerca de 50 pessoas entrevistadas — entre elas fãs do baixista, conhecidos como “Champirados“, e Junior Lima, que foi parceiro de Champignon na banda Nove Mil Anjos — “Champ — A incrível história do baixista Champignon do Charlie Brown Jr.” está em pré-venda por meio de uma campanha de arrecadação coletiva no Kickante. Quem comprar um exemplar, tem direito de votar entre uma das quatro opções para a capa da publicação. O livro conta com fotos do fotógrafo Marcos Hermes.
A meta é chegar aos R$ 39.500,00 para produzir os primeiros 500 exemplares. Se as doações ultrapassarem esse valor, Pedro garante que mais volumes serão impressos e colocados à venda. A renda será para os custos de revisão, editoração, impressão e envio.
Champignon morreu em 2013, aos 35 anos, ao tirar a própria vida com uma arma de fogo em sua casa, seis meses após a partida de Chorão. Por conta disso, Pedro decidiu reverter parte do dinheiro arrecadado com a venda dos livros ao Centro de Valorização da Vida (CVV), organização não governamental que dá apoio emocional e trabalha pela prevenção do suicídio.
“O que mais me emociona, não tem como fugir disso, é a relação dele com o Chorão. Em várias entrevistas ele fala que tinha o Chorão como irmão, mas em outras ele fala que tinha o Chorão como pai. Tanto que ele fala que ficou órfão (quando o vocalista do CBJr morreu). Porque, de fato, o Champignon tinha 12 anos e o Chorão já tinha 20. Ele brincava de carrinho e saía para o estúdio ensaiar. O Champignon foi basicamente criado mesmo pelo Chorão, eles viviam na estrada. Ele passava mais tempo com o Chorão do que com a família dele. Então esse é um momento muito delicado de falar”, diz Pedro.
Champ é lembrado até hoje como um dos maiores baixistas da música brasileira. Ele chegou a vencer o Prêmio Banda dos Sonhos, da MTV, como melhor contrabaixista por três anos consecutivos. No próximo dia 16, Champignon faria 43 anos. Para celebrar a vida dele, fãs, amigos e familiares planejam uma live com pessoas em todos os cantos do mundo.
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