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Engana-se quem pensa que os agrotóxicos envenenam as refeições brasileiras somente sobre as folhas, legumes, frutas e outros alimentos que recebem diretamente os pesticidas e afins. Um estudo publicado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) mostra que mesmo em alimentos ultraprocessados, normalmente projetados para o público infantil, os agrotóxicos também se fazem presentes. Não bastasse o alto teor de gordura, açúcar e sal nos cereais, biscoitos, pães e salgadinhos, traços de substâncias como o glifosato, utilizado em plantações de soja, milho, trigo e cana, foram detectados em tais produtos.
Biscoitos diversos apresentaram traços de agrotóxico no estudo
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Oito diferentes categorias de ultraprocessados foram analisadas entre os 27 produtos testados no total, e traços dos agrotóxicos foram percebidos em rótulos de seis categorias. Foram apontados como “envenenados” o cereal Nesfit, da Nestlé, a bebida de soja Naturis, da Batavo, os salgadinhos Baconzitos e Torcida, da Pepsico, os pães Pullman, da Bimbo, Wickbold, Panco e Seven Boys, da Wickbold, os biscoitos de água e sal Marilan e Triunfo, da Arcor, Vitarela e Zabet, da M Dias Branco, e ainda os biscoitos recheadas Bono e Negresco, também da Nestlé, e Oreo e Trakinas, da Mondeléz – dos produtos analisados, 59,3% apresentaram ao menos um tipo de agrotóxico, e 51,8% apresentaram traços de glifosato ou glufosinato em seus testes.
Cereais de milho também traziam venenos em seus componentes
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“Essa descoberta reforça a necessidade de mudanças em nosso sistema alimentar, em que o modelo agrícola predominante é baseado na monocultura”, diz trecho do estudo. Os fabricantes foram notificados pelo IDEC, e os que responderam à notificação afirmaram que a quantidade de agrotóxicos detectada estaria dentro das normas e limites permitidos – a Anvisa não determina um limite para a presença de tais resíduos nos produtos, reduzindo seu trabalho à monitoração somente.
Derivados do trigo, como pães processados, foram dos que mais apresentaram traços de glifosato
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Para o IDEC, é urgente que os órgãos fiscalizadores passem a informar à população sobre a presença de tais resíduos, assim como a determinar limites para o uso e o residual de tais venenos em produtos – em especial em produtos à base de trigo: entre tais, a presença de agrotóxicos foi notada em todos os produtos. “Esse tipo de produção visa a atender a grande demanda por commodities, como soja, milho, trigo e açúcar, e faz um uso intensivo de agrotóxicos, tornando-se insustentável dos pontos de vista social, ecológico e sanitário”, diz o estudo, lembrando que tal sistema de produção proporciona a disponibilidade em massa desses produtos.
Todos os produtos derivados do trigo traziam glifosato
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“Não é por acaso que esses produtos são promovidos por agressivas estratégias de publicidade que induzem ao seu consumo excessivo”, afirma o texto. O estudo do IDEC amplia a gravidade do impacto dos agrotóxicos sobre a saúde do consumidor, em um momento em que o atual governo federal bate sombrios recordes de aprovação de uso dos venenos nas produções brasileiras: nos últimos 2 anos, quase mil novos agrotóxicos foram liberados no Brasil. O relatório completo do IDEC pode ser lido aqui.
O governo Bolsonaro bateu recordes históricos de liberação do uso de venenos na produção de alimentos no Brasil
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