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Homem branco é preso por roubo de bicicleta elétrica; casal usou racismo para culpar jovem negro

17 • 06 • 2021 às 13:10
Atualizada em 17 • 06 • 2021 às 18:59
Kauê Vieira
Kauê Vieira   Sub-editor Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.

O caso de racismo sofrido por Matheus Ribeiro, no Leblon, ganha contornos que demonstram o estereótipo social que associa pessoas pretas com o crime.  Agentes da 14ª DP, responsável pelas investigações do episódio, prenderam um jovem branco de 22 anos como autor do roubo da bicicleta elétrica. 

De acordo com informações do G1, seu nome é Igor Martins Pinheiros, morador do bairro de Botafogo, também na zona sul do Rio de Janeiro. A Polícia Civil informou ter chegado ao autor do crime depois de ouvir um segurança do Shopping Leblon, que reconheceu Igor. 

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‘Lorão’ já foi preso sete vezes

‘Lorão’ foi preso sete vezes 

O homem de branco de 22 anos é conhecido como “Lorão”, e já foi preso outras vezes por furto. Ele possui 28 passagens na polícia, com sete prisões.  

O casal Marina Spinelli e Tomás Oliveira abordou Matheus Nunes em pleno Dia dos Namorados. O instrutor de surfe de 22 anos esperava a namorada, que trabalha no Shopping Leblon, montado em uma bicicleta elétrica. 

Igor é visto furtando a bicicleta elétrica, sábado (12), no Leblon

Marina e Tomás não pensaram duas vezes e acusaram falsamente Matheus de ter roubado a bicicleta. Ele negou com veemência, buscou fotos para provar que o meio de transporte era seu e só teve sossego quando Tomás tentou abrir, sem sucesso, o cadeado da bicicleta elétrica. 

Marina e Tomás foram demitidos de seus empregos. Tomás, porém, trabalhava na loja da mãe, conforme informou reportagem do Brasil de Fato. Os dois vão responder por calúnia.

Não parece, mas racismo no Brasil é crime. 

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Fotos: foto 1: Reprodução/TV Globo/foto 2: Reprodução


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