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O bairro de Greenwich Village, na ilha de Manhattan, em Nova York, é conhecido principalmente por sua vasta e histórica tradição boemia e artística, tendo servido de cenário e contexto para diversos movimentos e momentos efervescentes da cidade ao longo das décadas desde o início do século passado. Antes, porém, dos hipsters, dos hippies, dos punks, da cena folk, dos poetas, Beats, de Bob Dylan, Allen Ginsberg e de tantos outros personagens e momentos emblemáticos da região, havia uma mulher, a quem se pode oferecer título de “criadora” do espírito do Greenwich Village: Marie Marchand. Personagem muitas vezes esquecida na história da cidade, sua trajetória foi contada pelo site Messy Nessy, revelando Marchand como dona de uma série de cafés e bares que inaugurou o espírito boêmio da região, ainda no início do século XX.
A jovem Marie Marchand em um de seus primeiros estabelecimentos © Messy Nessy/Reprodução
Romany Marie: Marchand em 1947, diante de seu bar © Getty Images
Nascida na Romênia e tendo migrado para os EUA ainda adolescente para trabalhar, ela inaugurou sua primeira taverna em 1914. Mais do que simplesmente abrir as portas para receber os artistas, imigrantes, anarquistas, socialistas, comunistas, vegetarianos e boêmios em geral que formariam a fauna de seus estabelecimentos, Marchand era, ela própria, o motor que viria a gerar tal espírito. A começar pela forma com quem escolhia gerenciar seus cafés e restaurantes: era comum que aceitasse trocar comida e bebida por uma obra de arte. Assim, ela era também uma espécie de mecenas que, mesmo muitas vezes deixando de lucrar, incentivava a criatividade e as cenas artísticas.
Marchand em seu primeiro bar, inaugurado em 1914 © Messy Nessy/Reprodução
O interior de uma das tavernas que teve no Greenwich Village © Messy Nessy/Reprodução
Marchand teve ao todo 11 estabelecimentos no bairro em Manhattan © Messy Nessy/Reprodução
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Ao longo dos mais de 35 anos que reinou como verdadeira anfitriã do Greenwich Village, seus estabelecimentos mudaram de endereço diversas vezes – ela, porém, sempre carregou o mesmo espírito pra onde ia, e aos poucos o público lhe reencontrava. Todos os artistas mais importantes e interessantes de cada época frequentaram em algum momentos seus bares, e nomes como Matisse, Diego Rivera, Orson Welles, Eugene O’Neill, Marcel Duchamp, Willem de Kooning, Alexander Calder, E. E. Cummings, Bertrand Russel, Edward Hopper e a lista nem começou – todos faziam questão de visitar Marie frequentemente para noitadas inigualáveis.
Gravura de John Sloans mostrando o interior de um restaurante de Marchand © Messy Nessy/Reprodução
A jovem Marchand © Wikimedia Commons
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Diversas obras foram escritas, pintadas ou declamadas em alguns de seus estabelecimentos, que costumavam ficar escondidos ao fim de longas escadarias, revelando salões tão vivos e excitantes quanto enfumaçados e ébrios – localizados nos mais diversos pontos do bairro ao longo das décadas. Também conhecida como Romany Marie – nome de alguns de seus estabelecimentos – ao longo dos anos Marchand teve 11 diferentes estabelecimentos na região, fechando as portas de seu último bar, localizado no porão do hotel Brevoort, nos anos 1950, quando adoeceu. Ela viria a falecer em 1961 como uma espécie de fada madrinha de todo artista pobre que luta pela própria arte e vida na cidade – e seu espírito permanece, apesar de tudo, como símbolo essencial e história do Greenwich Village que ela própria inventou.
Um retrato e um cartão de Romany Marie © Messy Nessy/Reprodução
Romany Marie cuidou de seus bares até os anos 1950 © Getty Images
O espírito boêmio que até hoje marca o bairro teve em Marchand uma de suas fundadoras © Getty Images
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