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Junho é conhecido como o Mês do Orgulho LGBTQIA+, porém, é importante destacar que a inclusão, o respeito e campanhas de marcas direcionas para esse público, não devem ficar restritas a apenas um mês, mas durante todo o ano. O orgulho e a verdadeira inclusão devem acontecer durante todo o ano! Como no ‘Prosa’ a data é celebrada todos os dias – e em todos os programas – convidamos a deputada estadual Erica Malunguinho, a ativista e presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos, Symmy Larrat, o diretor da União Nacional LGBT no Nordeste, Theodoro Rodrigues, e o secretário da Associação da Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo, Diego Oliveira, para uma prosa que nos ajude a entender a realidade dessa população, suas lutas, anseios e também falar sobre a importância da representatividade e de ocupar todos os espaços.
A data que oficialmente marca o Dia do Orgulho LGBTQIA+, e chama a atenção para as lutas e celebrações, é 28 de junho, quando aconteceu a Revolta de StoneWall. O evento, ocorrido em 1969, não foi o primeiro levante nesse sentido, mas é considerado um dos mais importantes marcos do processo de organização coletiva de pessoas LGBTQIA+, enfrentamento de violações e violências, e luta por direitos humanos e equidade.
Sobre o orgulho para o qual a data chama a atenção, Symmy Larrat destaca o orgulho de podermos ser quem realmente somos. “A sociedade, desde que nascemos, diz que é vergonhoso ser LGBTQIA+, que é pecado e que não seremos nada. Que todas essas existências discidentes da cisgeneridade e da heteronormatividade estão condenadas. A narrativa do orgulho é potente e é revolucionária. Mas também é cheia de afeto e mostra que não abandonamos esse lugar de humanidade e dizemos que temos orgulho sim de ser quem somos”.
Uma das cabeças por trás da organização da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo, Diego Oliveira, destaca que o orgulho é igual ao amor. “O amor é a força, emoção e sentimento mais forte que a gente tem no mundo. A nossa história enquanto movimento social LGBTQIA+ é movido pelo amor, amor em ser quem é e amar quem quiser. Então para mim o orgulho é igual o amor”.
Diferente de outras paradas do mundo, em São Paulo há uma maior interação entre as pessoas, fazendo uma festa semelhante ao carnaval para celebrar o orgulho de ser LGBTQIA+
A deputada estadual Érica Malunguinho, que atualmente é uma das maiores vozes pelos direitos da população LGBTQIA+ chama a atenção para o brio em ser LBTQIA+ e também faz um recorte da realidade de pessoas transgêneros. “O orgulho é uma construção e autoafirmação diante de uma lógica que quer apagar nossos corpos e nossa existência, que fez com que nós sentíssemos vergonha. O orgulho é a narrativa da contra vergonha. temos que falar do orgulho de travestis, homens e mulheres trans que parte de um princípio de que nós não queremos ser pessoas cisgêneras. A gente gosta de ser trans e nós somos pessoas trans, é a afirmação de uma identidade e nós temos orgulho da travestilidade que nos compõem”.
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Malunguinho também destacou durante a prosa que, apesar de ocupar um espaço político, todas as pessoas LGBTQIA+ que ocupam qualquer espaço estão fazendo políticas e têm sua importância na luta. A deputada ainda destacou que seu papel na Assembleia Legislativa é apenas um complemento para outras formas de atuação e que todas as pessoas LGBTQIA+ estão na linha de frente pautando as mudanças estruturais que são necessárias.
“Precisamos de mudanças por uma questão de saúde social e de uma sociedade saudável. A política se faz no dia a dia com atitudes e ações, é sobre nós, mas para todos nós. (…) estamos vivendo uma guinada, que é uma tempestade neocolonial, uma guinada LGBTfobica vindo de todos os lugares e com termos muito esdrúxulos e tasos, como foi no PL 504 que fala que somos pessoas danosas e má influências para crianças. Isso é extremamente desumanizador”.
O orgulho representa a potência de ser quem você é e ocupar todos os espaços
Apesar de ser considerado diverso, o Brasil ainda é um dos países mais violentos do mundo contra a população LGBTQIA+ e, há 12 anos, é o país que mais mata transgêneros, de acordo com relatório da ONG Transgender Europe.
Para Theodoro Rodrigues, essa violência é consequência da ignorância e de falta de investimentos em diversos setores. “Hoje temos a criminalização da LGBTfobia, mas isso tem que caminhar juntamente com a questão pedagógica em um pacto social. E isso só acontece quando geramos inclusão e fazemos debate para naturalizar os corpos, corpas e corpes da população LGBTQIA+. É fruto da ignorancia, fundamentalismo e intolerância provocada pelo eixo do mal (toda essa violência)”.
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Além de um violência que já é corriqueira, e estrutural, Symmy também destacou impactos que o período da pandemia trazem para a população LGBTQIA+, sobretudo para pessoas trans e travestis. Ela também chamou atenção para o fato de possíveis impactos para um período pós-pandemia ainda, onde há estudos que apontam que a expectativa de vida em todo o mundo já reduziu em dois anos e, para a população transgênera, que tem uma expectativa de vida de apenas 35 anos no Brasil, o impacto deverá ser ainda maior.
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“A nossa vivência não segue a lógica cisgênera. Travestis e transexuais em alguns casos, sequer possuem os documentos básicos e não conseguem acessar auxílios financeiros e ajudas emergenciais justamente por conta desse preconceito. As ruas estão mais inseguras pelo aumento da pobreza e da violência e, obviamente, o impacto é maior em quem já está sofrendo a violência e isso é extremamente assustador”, completou.
Considerada a maior parada do mundo, desde o ano de 2006 quando foi reconhecida pelo Guinness Book, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo deste ano acontece de maneira virtual no dia 6 de junho com transmissão pelo YouTube. O tema abordado neste ano é HIV, e o evento contará com a participação de artistas, influencers e médicos infectologistas que irão debater e chamar a atenção para o tema.
Um dos responsáveis pelo acontecimento da parada, Diego, destacou a diferença dos eventos realizados no Brasil para outros lugares do mundo. “A cultura brasileira tem algo de envolvimento que não acontece em outros lugares. No resto do mundo é um desfile onde as pessoas ficam paradas e assistem, sem aquele envolvimento e aquele negócio de cartazes no meio da rua. É o dia do ano em que temos a oportunidade de ir para a Avenida Paulista sendo nós mesmos, com LGBTQIA+ tendo um local seguro para viver o amor, então acaba sendo um ato político. Ser quem a gente é em um local público e ocupar esse espaço é um ato político. Os outros dias, fora da parada, são tensos e pesados. Então a parada é um dia de alegria!”, destacou.
O episódio também abordou questões como a importância da história de pessoas que pavimentaram o caminho para as conquistas, a violência contra LGBTQIA+ em diferentes regiões, diferentes formas de violência, a subnotificação de casos de violência, a saúde mental da população LGBTQIA+ e muito mais!
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Ficou curiose para saber o que mais rolou nessa prosa? Então aperta o play, sinta-se em casa e vem com a gente! Ah, também guardamos dicas culturais incríveis para você nesse episódio enquanto aprecia um café com um pão quentinho!
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