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Pazuello fez jovem negro puxar carroça como punição, diz jornal

01 • 06 • 2021 às 15:02
Atualizada em 01 • 06 • 2021 às 15:29
Redação Hypeness
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O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, está sendo denunciado na Procuradoria Militar por suas ações como tenente-coronel da 1ª Região Militar, em 2005, quando comandava o Depósito Central de Munições do Exército, em Pacarambi (RJ).

Conforme mostrou apuração do jornal O Estado de S. Paulo, Pazuello é alvo de investigação por humilhar um então soldado negro, de apenas 19 anos, que foi obrigado pelo general a substituir um cavalo e puxar uma carroça

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Acusação de racismo 

O comando de Pazzuello, diz o Estadão, teria sido uma “punição” a dois soldados que estariam conduzindo a carroça em alta velocidade, e consequentemente, maltratando o cavalo. Superior em comando, ele mandou parar o transporte e trocar o animal por um dos soldados que o conduzia. O escolhido foi Carlos Vítor de Souza Chagas, que puxou o veículo com o outro soldado em cima, diante de um quartel às gargalhadas, segundo apurou o repórter Marcelo Godoy.

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Em entrevista ao Estadão, Chagas diz que acredita ter sido vítima de racismo por parte de Pazuello. “Pelo meu tio eu botava para frente (na Justiça), mas eu dei mais ouvido ao meu pai, que é evangélico, por medo de represália. Isso aí agora está nas mãos de Deus, Ele é o Senhor de todas as coisas”, disse o ex-soldado.

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Ainda de acordo com o jornal, Pazuello era um militar com fama de duro na 1ª Região Militar, onde serviu. Lá, tinha o costume de humilhar os soldados e era investigado por desvio de munição excedente, no Depósito de Munições, para ser vendida como sucata. Após a sua ação contra Chagas, chegou a responder um inquérito policial militar, mas o caso foi arquivado. Na época, Pazuello argumentou que o outro soldado estava com o ombro machucado e por isso “não poderia cumprir a ordem de puxar a carroça”.  

Na ocasião, a defesa de Pazuello pontuou que o tenente-coronel tratava os subordinados com “seriedade e dignidade”, além de ter utilizado depoimentos de outros militares, atestando que ele não quis maltratar o soldado. Outro trecho da defesa assinala que o militar “demonstra sua familiaridade com animais, principalmente, seu amor aos equinos”. Segundo os defensores, a intenção de Pazuello ao agir assim foi a de “orientar” o soldado “para a preservação da boa saúde dos cavalos de tração utilizados na OM (Organização Militar)”, e não “humilhá-lo”.

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Fotos: Getty Images


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