Debate

Sergio Camargo diz que vai mudar logo da Fundação Palmares e ataca religiões negras

01 • 06 • 2021 às 16:06 Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, anunciou em sua conta no Twitter que vai realizar um concurso público, com premiação em dinheiro, para escolher um novo logotipo para a instituição, já que segundo ele, o atual – “machado de Xangô”,  símbolo de um dos orixás do Candomblé – não pode continuar sendo usado em um país de estado laico. 

“Muita gente, inclusive eu, achava que era uma palmeira estilizada. Mas é o machado de Xangô, informação que consta do documento que oficializou o símbolo”, escreveu Sérgio, afirmando que o nome da instituição continuará Palmares.

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Estado laico? 

Uma declaração sobre o Estado laico partida de Sérgio Camargo não é muito confiável, considerando que ele já foi denunciado por uma mãe de santo, a Mãe Baiana, por intolerância religiosa. Em um áudio, divulgado em agosto de 2020, ele diz: “Tem gente vazando informação aqui para a mídia, vazando para uma mãe de santo, uma filha da puta de uma macumbeira, uma tal de Mãe Baiana, que ficava aqui infernizando a vida de todo mundo”. 

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Sem contar que laicidade do estado deveria garantir que a lei brasileira não seja influenciada por crenças religiosas – o que ainda acontece – e não impedir que a religiosidade seja representativa no Brasil, principalmente se tratando de religiões de matrizes africanas, que são as principais vítimas de intolerância, até mesmo do governo. 

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No ano passado, a mando de Jair e Michelle Bolsonaro, a clássica obra ‘Orixás’, da artista plástica Djanira, foi retirada do Palácio do Planalto. A obra não chegou a completar um ano como decoração da casa do Presidente da República. A remoção do quadro foi considerada um ataque às religiões negras, em um claro exemplo de racismo e intolerância religiosa por parte do governo atual. 

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