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O Brasil é um dos países com a maior presença de agrotóxicos no mundo. O veneno, parte de diferentes estágios da alimentação diária dos brasileiros, pode ganhar mais um lugar. O pão nosso de cada dia está ameaçado com a liberação do trigo transgênico.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, pode aprovar a comercialização e importação do veneno transgênico, que teria uso autorizado em todo o país. A decisão deve sair nesta quinta-feira (10).
Entidades reclamam da falta de transparência
Entidades de defesa da saúde pública reclamam da falta de transparência no debate sobre algo que vai impactar a vida de toda a sociedade. O Brasil de Fato noticiou que a membros do grupo Campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida acionaram o Ministério Público Federal (MPF) e a própria CTNBio para que a aprovação não aconteça neste momento.
A Campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida lançou um ofício listando 13 motivos para que o trigo transgênico não seja liberado no Brasil. Além do evidente aumento do consumo de agrotóxicos, a lista chama atenção para o fato do trigo transgênico ser mais tóxico do que o glifosato, classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com potencial cancerígeno, mas que mesmo assim segue sendo utilizado livremente em lavouras Brasil afora. O uso do glifosato já foi proibido na União Europeia, que definiu o veneno como tóxico para o sistema reprodutor humano.
Leia também: Brasil é o 2º país que mais compra agrotóxicos proibidos na Europa, apontam dados inéditos
“Como já vimos no caso da soja, os transgênicos com resistência a herbicidas aumentam em muito o consumo de agrotóxicos, já que foram desenvolvidos justamente para isso. Mais do que representar uma semente com vantagens para os consumidores, a liberação do trigo transgênico representará a garantia de mercado para Bayer-Monsanto e outras multinacionais venderem herbicidas à base de glufosinato de amônio, produto extremamente tóxico”, diz um dos pontos do manifesto da Campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida.
O ECOA, do UOL, conversou com Onofre Nodari, engenheiro agrônomo, doutor em genética e melhoramento de plantas. O ex-integrante do CTNBio entre 2003 e 2008 e 2015 e 2016, foi enfático ao dizer que brasileiros e brasileiras vão servir de cobaias de um experimento arriscado.
“Não há avaliação de risco. Não fizeram análise bioquímica. Nós seremos cobaias”, pontua ao ECOA.
Para o especialista, um dos principais problemas é a nebulosidade a respeito dos riscos oferecidos pelo trigo transgênico. Ele critica a falta de clareza dos estudos sobre o produto.
“Na minha experiência como membro da comissão, esse [dossiê] do trigo é o mais pobre em quantidade e qualidade de estudos relacionados à avaliação de risco”.
Governo Bolsonaro bate recorde na liberação de agrotóxicos
Ações nos bastidores para a aprovação, sem alarde, de novos agrotóxicos é comum em governos brasileiros. A gestão Jair Bolsonaro, por exemplo, liberou 67 novos produtos em um único dia de fevereiro de 2021, mesmo com a vigência da pandemia de covid-19. Os registros foram disponibilizados no Diário Oficial da União pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O governo de Jair Bolsonaro ficará marcado por uma série de coisas, entre elas a autorização recorde para o uso de 967 agrotóxicos em todo o território nacional. Trata-se da superação de um recorde, também da atual gestão, que liberou 493 novos exemplares de veneno em 2020.
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