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No último sábado, manifestantes incendiaram a estátua de Borba Gato, monumento que homenageia o bandeirante homônimo em uma praça no bairro de Santo Amaro, na Zona Sul da capital paulista. A figura histórica de Manuel de Borba Gato foi idolatrada durante a criação de uma identidade paulista, mas a realidade mostra que esse bandeirante comandou o genocídio contra indígenas e era um escravizador de negros.
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Estátua do Borba Gato em São Paulo; monumento que homenageia um dos principais atores no genocídio dos indígenas foi incendiado nesse fim de semana
Manuel de Borba Gato foi um bandeirante que atuou como sertanista à pedido do poder político da época. Seu trabalho era caçar indígenas para escravizá-los ou eliminá-los ao redor do interior do país. Genro de Fernão Dias, outro sertanista que escravizou e matou indígenas.
Borba Gato comandou uma das primeiras empreitadas para a exploração de ouro do estado de Minas Gerais, em Sabará, onde o processo de escravização dos negros foi extremamente grave. O local se tornaria referência para o modelo de exploração aurífera no país.
As homenagens desproporcionais a Borba Gato – como uma estátua de dez metros de altura em uma das principais avenidas da capital – e aos bandeirantes no geral mostram uma afixação da cultura paulista em figuras que auxiliaram a forjar a sociedade racista e colonizadora no nosso país.
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Por isso, os manifestantes incendiaram a estátua. Confira imagens do ato:
Um grupo de umas 15 pessoas acaba de atear fogo na estátua do Borba Gato, na zona sul de SP pic.twitter.com/H540u6xuw4
— Filipe Cury (@filipe_cury) July 24, 2021
“As homenagens simbolizam uma tentativa de a capital se desvincular de suas origens indígenas, negras, caboclas e caipira para se aproximar de uma metrópole europeia”, disse o historiador Casé Angatu, professor da Universidade Federal de Santa Cruz (UFSC) em entrevista ao Estadão, no ano passado.
“Os bandeirantes abriram caminho para nossa civilização perpetuar crimes como estes que ocorrem até hoje. Borba Gato ficou famoso por massacrar índios e estuprar índias. Enriqueceu explorando ouro em Minas Gerais. Chegou a ser acusado de assassinato, mas como se tornou rico, escapou impune das acusações”, disse o documentarista Paulo Cesar Pereio, em entrevista ao Extra, no ano de 2007.
Em junho do ano passado, a deputada estadual Erica Malunguinho propôs um projeto de lei para a retirada de estátuas de escravocratas no estado de São Paulo.
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