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Se hoje existem os Tolkens Não-Fungíveis, mais conhecidos como NFT, questionando os valores e limites da arte, nos anos 60 quem enfrentou tais questões de forma radical, corajosa e experimental foram os artistas do Fluxus – ou essa é a tese levantada em artigo do site Messy Nessy que apresenta o trabalho do grupo. Não é possível contar a história da arte do século XX, em espacial da arte de vanguarda, sem passar pela história do Fluxus, suas obras, suas propostas – suas grandes questões, e o artigo escrito por Louisa Mahoney em inglês mergulha nos tantos aspectos, caminhos e disciplinas que formavam esse imenso e amorfo grupo genial.
A artista Charlotte Moorman apresentando ‘Opera Sextronique’ em topless e com uma máscara de gás junto do pianista e compositor coreano Nam June Paik em 1967 – Moorman foi presa após a apresentação por estar sem a parte de cima da roupa no palco.
-Yoko Ono: o machismo e a verdade sobre uma das artistas mais importantes do mundo
Pois essencialmente o Fluxus foi isso: um coletivo internacional multidisciplinar reunindo artistas, performers, compositores, designers, poetas e mais, para desafiar os limites e parâmetros estabelecidos, a fim de ampliar ao máximo o dilema da pergunta que essencialmente move as vanguardas de antes, de então e até hoje: afinal, o que é arte? Fortemente inspirado no Dadaísmo de Marcel Duchamp e nas vanguardas dos anos 1920, assim como no trabalho do compositor estadunidense John Cage, o grupo ou movimento (ou grupo em movimento) fundado principalmente pelo artista lituano naturalizado estadunidense George Maciunas respondeu à pergunta com a maior e mais variada gama de respostas que pôde – sobre o que a arte, enfim, pode vir a ser: tudo, e para todos.
George Maciunas em fotos de 1979
O nome Fluxus foi proposto inicialmente por Maciunas ao descobrir a palavra “Flux”, no dicionário com 17 definições, entre verbos, adjetivos e substantivos, para batizar uma revista. O uso do termo foi além, e revelou-se perfeito para batizar a vasta reunião de nomes – como, além de Maciunas, Nam June Pailk, Yoko Ono, Joseph Byrd, Ben Patterson, Dick Higgins, Ben Vautier, além de Joseph Beuys, Al Hansen, o próprio Cage, e muitos outros – e uma igualmente vasta quantidade de propostas. Valorando o processo acima do resultado final, a arte se tornava feita de experimentos efêmeros, performances, eventos, deslocamentos – acontecimentos.
Yoko Ono apresentando “Cut Piece”
-A imigrante que inventou o espírito boêmio e artístico do Greenwich Village, em Nova York
É exemplar a performance Cut Piece, de Yoko Ono, na qual a artista convida os membros da plateia a, com uma tesoura, cortarem suas peças de roupa – enquanto Ono permanece impassível e sem movimento diante das intervenções. Outro exemplo é a peça Piano Activities, uma peça composta por Philip Corner, que consiste em tirar som de um piano explorando o instrumento sem tocar propriamente suas teclas – martelando, batendo, arrastando, quebrando o piano – e tantos happenings, shows e peças mais.
Emmet Williams, George Maciunas, Benjamin Patterson, Dick Higgins e Alison Knowles executando a peça “Piano Activities”, de Philip Corner, no festival Internationale Festspiele Neuester Musik, em 1962
“Promover uma inundação e uma maré na arte; promover uma arte viva, uma anti-arte, promover uma realidade anti-arte, para ser tomada por todas as pessoas, não somente críticos, diletantes e profissionais”, diz o manifesto Fluxus, publicado por Maciunas em 1963. E segue, mostrando que a ideia era tornar a então elevada acepção da arte em algo corriqueiro, acessível, cotidiano, vivo. “Fundir as molduras revolucionarias sociais, culturais e políticas em uma frente de ação unida”, diz o documento. O Fluxus atuou principalmente durante a década de 1960 e 1970, deixando uma marca que se tornaria das mais influentes e importantes na história da arte, das vanguardas – da liberdade revolucionária defendida e praticada pela melhor e mais corajosa arte. O artigo do site Messy Nessy pode ser lido em inglês aqui.
Charlotte Moorman executando a peça “Concerto para TV e Cello e Videotapes”, de Nam June Paik, em 1971
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