Debate

Miliciano ligado aos Bolsonaro, Adriano da Nóbrega tem corpo exumado

13 • 07 • 2021 às 15:50
Atualizada em 13 • 07 • 2021 às 17:27
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) pediu que o corpo do miliciano Adriano da Nóbrega, ligado à família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fosse exumado. Adriano havia sido assassinado em uma ação policial em fevereiro de 2020 na cidade de Esplanada, no interior baiano.

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Adriano da Nóbrega foi exumado e novos exames foram feitos no corpo do miliciano; ele era apontado como figura central na morte de Marielle Franco e no esquema de rachadinhas do gabinete do filho do presidente Bolsonaro

Nóbrega era apontado como o chefe do Escritório do Crime, uma organização criminosa originada na comunidade de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. Adriano era ex-policial e era apontado como uma peça chave no assassinato de Marielle Franco, vereadora carioca do PSOL assassinada em 14 de março de 2018.

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Adriano era considerado peça-chave nas investigações sobre os mandantes do assassinato da vereadora. Os executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, eram ligados à facção miliciana de Nóbrega.

A esposa e a mãe de Adriano da Nóbrega foram funcionárias do gabinete de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual pelo Rio de Janeiro e atualmente senador. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, elas eram peças importantes de um suposto esquema de rachadinhas no escritório de Flávio.

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Em fevereiro de 2020, Adriano foi morto com dois tiros. Ele estava em um sítio de um vereador do PSL de Alagoinhas, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro foi eleito em 2018.

Os primeiros laudos haviam negado a suspeita de execução e afirmavam que o ex-policial e foragido trocou alguns tiros com a polícia antes de morrer. Entretanto, a exumação pretende rever essas conclusões. Os novos laudos ainda não foram divulgados pelo MP-BA.

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Fotos: Reprodução/Twitter


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