Ciência

O que já se sabe sobre a “mistura” de vacinas e suas possibilidades

12 • 07 • 2021 às 10:23
Atualizada em 13 • 07 • 2021 às 10:20
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

As diversas vacinas para a covid-19 que surgiram desde o início da pandemia foram desenvolvidas em tempo recorde. Foram dezenas de imunizantes criados em períodos curtíssimos, e, portanto, existem diversas descobertas que ainda podem ser feitas no campo da imunidade contra à Sars-Cov-2.

Uma principal inovação no campo da vacinação está na tecnologia de mRNA, utilizada pelos imunizantes Pfizer e Moderna. Entretanto, a maioria das vacinas utiliza a tecnologia de vírus inativado – como a Sinovac, a Sinopharm e a Covaxin – ou de vetor viral – como a Sputnik V, a Janssen e a Astrazeneca. Mas estudos mostram que é possível combinar diferentes tecnologias e obter uma imunização ainda melhor com uma ‘mistura de vacinas’.

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Combinação entre vacina de adenovírus Astrazeneca com vacina de RNA mensageiro Pfizer pode produzir imunidade mais eficaz contra a doença

Uma pesquisa da Universidade de Oxford mostrou que uma mistura entre uma dose da vacina Astrazeneca, desenvolvida na própria faculdade, e uma dose posterior da vacina Pfizer/BioNtech causou uma imunidade maior e mais resistente à covid-19.

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Outras pesquisas indicam que, de fato, uma dose da vacina Pfizer melhora significativamente o efeito da vacina Astrazeneca. Estudos similares foram conduzidos na Alemanha e na Espanha, indicando que a mistura entre imunizantes pode ser uma boa alternativa para reduzir os custos da imunização à nível global.

Entretanto, os cientistas afirmam que esses resultados preliminares podem não ser representativos e que ainda há bastante pesquisa a ser feita. Segundo os pesquisadores, o alto nível de anticorpos produzidos pela combinação de vacinas pode não significar proteção contra a doença. Muitos dos estudos também não passaram pela revisão de pares, essencial para comprovação dos resultados.

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“Parece que a vacina da Pfizer é capaz de aumentar significativamente a resposta imune contra a covid-19 originada pela primeira dose do imunizante da Astrazeneca. Essa é uma notícia completamente incrível”, afirmou Zhou Xing, um imunologista da McMaster University, em Hamilton, Canada.

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