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Pandemia de covid-19 aumentou número de fumantes; veja estudo

26 • 07 • 2021 às 10:06
Atualizada em 27 • 07 • 2021 às 09:42
Gabryella Garcia
Gabryella Garcia Gabryella Garcia é paulista, mulher trans, transfeminista e jornalista pela Unesp. Começou a carreira escrevendo horóscopos para o João Bidu e agora foca em escrever sobre direitos humanos e recortes de gênero. Já passou por veículos de São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e também colaborou para veículos como Ponte Jornalismo, Congresso em Foco e Elle Brasil. Atualmente, além de produzir o podcast "Prosa", para o Hypeness, também colabora com o UOL. Além disso atua como voluntário no Projeto Transpor, um projeto que oferece consultoria profissional gratuita para pessoas transgêneros com montagem de um currículo assertivo, Linkedin e simulação de entrevistas de emprego.

Um estudo realizado em conjunto pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontou que durante a pandemia de Covid-19, houve um aumento no consumo de cigarros e, consequentemente, no número de fumantes. Fatores como a separação dos entes queridos, dos amigos, a perda de liberdade podem ser apontados como uns dos responsáveis.

É sabido que a pandemia alterou diferentes aspectos da sociedade, interferindo no convívio social, na economia, no emprego, no aumento das desigualdades, nas rotinas e dinâmicas dos serviços de saúde e, para os pesquisadores responsáveis pelo estudo, esse conjunto de fatores podem causar situações de angústia, ansiedade, depressão, estresse, insônia e irritabilidade, que por sua vez podem aumentar o desejo de fumar.

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Isolamento, perda de liberdade, ansiedade e depressão são fatores que podem aumentar o consumo de cigarros

O estudo foi realizado com um total de 45.160 pessoas, onde 12% afirmaram ser fumantes e entre os fumantes, 34% relataram ter aumentado o consumo de cigarros. Deste total de pessoas que relaram um aumento, 6,4% aumentaram até 5 unidades por dia, 22,5% cerca de 10 por dia e 5,1% 20 ou mais por dia.

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A pesquisa ainda apontou que o aumento foi maior entre as mulheres e entre pessoas com o Ensino Médio incompleto. Esse aumento esteve associado à piora da qualidade do sono, sentir-se isolado dos familiares, triste ou deprimido, ansioso, ficar sem rendimentos e pior avaliação do estado de saúde.

Conclusões do estudo

Com os resultados do estudo em mãos, os pesquisadores também alertaram que é provável que o tabagismo esteja associado ao pior prognóstico da doença, maior necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e resultados adversos da Covid-19. Além disso, destacaram que movimentos repetitivos “mão/boca” podem aumentar a contaminação viral e que o cigarro, naturalmente, piora o desempenho cardiorrespiratório de qualquer pessoa.

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Além de ser um complicador fator de risco para a Covid-19, o cigarro também aumenta o risco de infecção pela doença

Citando um segundo estudo, que apontou que fumantes apresentam 3,25 vezes mais chances de desenvolver quadros mais graves da Covid-19 do que os não fumantes, os pesquisadores concluíram que é necessário fomentar e direcionar políticas públicas de incentivo a comportamentos saudáveis durante a pandemia, com o uso de mensagens que aliviem os sofrimentos psíquicos e os comportamentos não saudáveis.

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Fotos: Getty Images


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