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Um caso de racismo fo registrado na cidade de Limeira, no interior do estado de São Paulo. João Carlos, um homem negro de 56 anos, foi obrigado a se despir em frente aos seguranças do atacadista Assaí para provar que não estava furtando a loja. O caso evidencia o padrão racista dos supermercados no Brasil.
– Brasil é o país onde 81% veem racismo, mas apenas 4% admitem discriminação contra negros
Homem foi obrigado a se despir em frente a seguranças do supermercado Assaí por suspeita infundada de roubo
Na sexta-feira (6), João Carlos, de 56 anos, foi abordado por seguranças do supermercado, que ordenaram que ele retirasse a camiseta para provar que não estava roubando nada. “Nesse momento, ele tirou a camiseta e ficou só de calça. Ele já estava nervoso, chorando, completamente transtornado por conta da situação. Nesse momento ele tirou a calça, ficou só de cueca. Não pediram para retirar toda a roupa […] mas, diante da situação, até para defesa dele, para provar que não estava com nada, porque, até o momento que ele tinha tirado a parte de cima da roupa e ficou com a calça, os seguranças ainda desconfiavam dele, nesse momento ele tirou a roupa”, explicou o advogado da vítima em entrevista à EPTV, emissora filiada à Globo na região de Limeira.
– Blog usa foto de Usain Bolt para notícia de roubo e reafirma racismo sistêmico do Brasil
O supermercado Assaí demitiu o funcionário responsável pela abordagem e pediu desculpas pelo caso, além de afirmar se comprometer com a família da vítima em ‘quaisquer necessidades’, além de ter aberto uma ‘apuração interna’ para averiguar o caso.
As imagens são fortes:
Um homem negro de 56 anos teve que tirar a roupa no @assaioficial de Limeira para provar que não estava furtando nada.
Revoltante! Nos desumanizam e querem excluir nossa existência na sociedade!
É necessária a responsabilização do Assai! pic.twitter.com/uVNBxPE5Fy
— Robeyoncé Lima (@RobeyonceLima) August 9, 2021
O caso gerou comoção nas redes sociais:
Para provar sua inocência, um homem negro ficou só de cueca no Atacadista Assaí, em Limeira, São Paulo, por conta de uma falsa acusação de roubo. Isso é racismo! Não podemos tolerar. A responsabilização do mercado é o MÍNIMO que deve acontecer. Toda nossa solidariedade à vítima!
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) August 9, 2021
Nem a jornalista Michelle Barros, do #BDSP aguentou falar sobre essa atrocidade no Assaí Atacadista, da rede @paodeacucar. Isso foi na cidade de Limeira/SP. pic.twitter.com/0w8egSDKt9
— Hélio Ricardo 🌵🏳️🌈 (@helioricardorio) August 9, 2021
Sempre que aparece o nome de algum supermercado nos trending topics eu já fico imaginando qual foi o caso de racismo da vez. E nunca falha
— D’ãâàni Calarrara, a cascavel do Urubu (@daniloxtvgz) August 9, 2021
O supermercado é um ambiente importantíssimo do nosso cotidiano; mas por que, para uma classe de pessoas específicas, isso se torna um risco? Não temos memória curta: no ano passado, João Alberto, de 42 anos, foi brutalmente assassinado em um Carrefour na cidade de Porto Alegre. Em dezembro de 2020, Alex Júnior Alves de Souza, de 28 anos, foi espancado brutalmente após ser falsamente acusado de roubar o supermercado Guacuí, na cidade de Várzea de Palma, em Minas Gerais. Em 2019, Renan Rodrigues foi agredido pelo mesmo motivo em um supermercado Big, em Florianópolis. O que todos eles tinham em comum? Eram negros.
– Thread reúne o que as pessoas fariam se o racismo acabasse: ‘Iria ao shopping de chinelo’
Manifestantes protestam contra a morte de João Alberto em novembro de 2020; caso abriu os olhos do país para racismo dentro de espaços privados
Entenda cada um deles:
– Jovem negro é espancado e ouve xingamentos racistas em supermercado de MG
– Supermercado vai pagar R$112 mil por jovem negro agredido por segurança
O caso de João Carlos se soma a todos os outros para mostrar que o racismo no Brasil é estrutural. O problema não é exclusividade das redes do Grupo Pão de Açúcar – como o Assaí -, do Carrefour ou de pequenos estabelecimentos locais. O problema é estrutural das práticas de segurança privada (que herdam seus saberes das polícias militares). Isso, é claro, não tira a responsabilidade individual dessas empresas.
“A sociedade que pretenda de fato dar um salto civilizatório precisa se levantar e, definitivamente, fazer suas escolhas: espaços de consumo que matam e vilipendiam os cidadãos negros não devem merecer nossa decisão de compra, acesso a recursos públicos coletivos e muito menos investimentos da nossa poupança pública e privada. Empresas de consumo que matam, violam e achincalham a honra e dignidade humana dos cidadãos negros não devem merecer nossa licença social, não podem e não devem continuar a existir”, afirma José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares e advogado, em coluna à Veja.
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