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Você provavelmente já comprou cação no mercado ou apreciou o peixe em uma boa moqueca. Mas você sabia que ‘cação’ é um nome genérico que não significa muita coisa? Uma pesquisa revelada pela BBC Brasil mostrou que 7 em cada 10 brasileiros não sabiam que ‘cação’ é um termo utilizado para falar da carne de tubarões. E tem mais: mesmo assim, esse nome não quer dizer muita coisa.
Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que sequenciou o DNA de 63 amostras de cação disponíveis no mercado mostrou que se tratavam de 20 espécies diferentes. O ‘cação’ seria um genérico para peixes como os tubarões e arraias, os cartilaginosos chamados elasmobrânquios. Mas a pesquisa da UFRGS mostrou que até bagre – um peixe de água doce – era vendido como cação.
Cação é um nome genérico para tratar de diversas espécies; somente o Brasil consome a carne desse animal e isso já causa preocupação para autoridades de saúde
A pesca do cação é proibida no Brasil. O que comemos, na verdade, é fruto de uma prática cruel: na Ásia, as barbatanas de tubarão tem um alto valor comercial e são considerado um objeto de luxo, mas a carne dos elasmobrânquios não é apreciada. Os peixes eram pescados, tinham suas barbatanas retiradas e eram devolvidos ao mar sem chance de sobrevivência.
Mas os vendedores internacionais descobriram que podiam despachar essa carne a um baixo custo para o Brasil, maior importador do mundo de cação.
Leia: Tubarão morde panturrilha de homem depois de ser pescado
O Brasil se torna, portanto, uma peça-chave na extinção dos tubarões no mundo. No estudo da UFRGS, 40% das espécies analisadas estavam com risco de extinção. Desde 1970, a população de arraias e tubarões caiu 71% no mundo todo e a principal motivação para isso é a pesca.
Atualmente, os brasileiros consomem 45 mil toneladas de cação todos os anos. “Com essa pesca de grande porte tão intensa, fica praticamente impossível manter o equilíbrio do ambiente marinho”, explica a cientista Fernanda Almerón, aluna da pós-graduação em Biologia Animal da UFRGS, à Super.
Cação se tornou comum e foi incorporado à receitas populares como a moqueca, mas sua origem é cruel e seu consumo deveria ser repensado
O consumo de tubarão também possui outro risco: esses peixes costumam ter um alto nível de toxicidade por conta do mercúrio. O tubarão-azul, espécie mais pescada do mundo, possui uma concentração de mercúrio por quilo duas vezes maior do que o máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Ou seja, esse peixe também pode ser perigoso para a nossa saúde a longo prazo.
Para os especialistas, a solução para esse problema deveria ser a obrigatoriedade do nome da espécie para comercializar esses peixes, além da proibição da importação de espécies proibidas no Brasil. “O país deve exigir que todos os produtos nacionais e importados sejam rotulados com seus nomes científicos em toda a cadeia de abastecimento, garantindo o monitoramento preciso das espécies no sistema e permitindo que os consumidores decidam se comem uma espécie em risco de extinção”, afirma a pesquisadora Nathalie Gil à BBC Brasil.
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