Ciência

Coronavac: estudo sugere alta proteção contra casos graves da variante Delta

18 • 08 • 2021 às 17:55 Redação Hypeness
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O governo chinês fez um estudo para testar a eficácia da vacina Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, contra a variante delta do novo coronavírus que tem assolado os EUA e preocupado autoridades de saúde no mundo todo. Em um estudo chamado de ‘vida real’, onde o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC chinês) analisou dados já existentes sobre o papel da vacinação e, apesar de os dados serem de pequena escala, eles mostram que a vacina é capaz de conter a variante delta.

O estudo foi publicado sem revisão de pares pelo CDC chinês na revista The Lancet. Foi observada a eficácia da vacina Coronavac, produzida pela Sinovac, uma empresa privada, e pela Sinopharm, uma empresa estatal.

Os pesquisadores reuniram dados de mais de 10 mil pessoas que foram infectadas ou que tiveram contato com pessoas infectadas pela covid-19 entre maio e junho de 2021. O estudo se concentrou na região de Guangdong, na costa sudeste chinesa, onde ocorreu um surto de covid-19 causado pela variante delta.

Vacina da Sinovac á alvo de constantes ataques por ser de origem chinesa, mas se mostrou eficaz e tem salvado milhões de vidas no planeta inteiro; segundo dados apontam, sua eficácia se mantém frente à variante delta

Os resultados obtidos pelos pesquisadores mostram que as vacinas chinesas de vírus inativado garantem eficácia contra a covid-19 e a nova variante. Das 10 mil pessoas analisadas, 54% não foram vacinadas, 29% haviam recebido apenas uma dose e 15% receberam duas doses de vacina.

Foram registrados 102 casos de covid-19. Desses, apenas 17 em pessoas vacinadas. 12 em pessoas que receberam somente uma dose da vacina e 5 em pessoas que receberam duas doses do imunizante. Portanto, os dados apontam que a vacina em duas doses possui eficácia que varia entre 69,5% e 77,7%.

A pesquisa também mostrou que o resultado de apenas uma dose não é satisfatório e que somente o esquema vacinal completo pode garantir a redução das infecções. Entre todos os vacinados, não houve casos graves de Sars-Cov-2, reforçando que os imunizantes reduzem drasticamente as mortes pela covid-19.

O pequeno número, entretanto, não pode sugerir um número universal; o estudo só indica que as vacinas tem grande eficácia contra a covid-19 e a nova variante delta, mas mais pesquisas devem ser realizadas para auferir a capacidade real da vacina de agir contra as novas variantes.

Nos EUA, um a cada cinco hospitais está com UTIs lotadas por conta de dois fatores: a variante delta avançou pelo país e, especialmente no sul e no meio oeste, a vacina é rejeitada por conta do forte movimento antivax entre apoiadores de Donald Trump

Estudos do governo escocês também afirmam que as vacinas Pfizer e Astrazeneca (que também estão sendo aplicadas no Brasil) possuem eficácia contra as novas cepas do vírus, inclusive a Delta. Com um modelo de estudo similar ao utilizado pelo CDC chinês, os escoceses chegaram à conclusão que a vacina da Pfizer possui eficácia de 79% para a variante delta e a vacina Astrazeneca possui eficácia de 60% para a Delta.

Segundo o Public Health England, a Pfizer possui eficácia de 94% (para uma dose) e 96% (para duas doses) para conter casos graves da nova variante, 71% e 92% para Astrazeneca (em suas respectivas doses).

A Janssen publicou um estudo pre-print anunciando que sua vacina – conhecida por ser uma das poucas em esquema de dose única – também mantém sua eficácia contra a variante delta.

Enquanto isso, o governo estuda a possibilidade de aplicação de uma terceira dose para pessoas do grupo de risco e profissionais de saúde. “Estamos planejando para que, no momento que tivermos todos os dados científicos e tivermos o número de doses suficiente disponível, já orientar um reforço da vacina. Isso vale para todos os imunizantes. Para isso, nós precisamos de dados científicos, não vamos fazer isso baseado em opinião de especialista”, afirmou Marcelo Queiroga na manhã de hoje em coletiva.

55,8% da população brasileira tomou ao menos uma dose da vacina contra a covid-19. A previsão é de que até o fim de outubro toda a população adulta do país já esteja imunizada.

 

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Fotos: © Getty Images


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