Inspiração

Cubano com 4 medalhas de ouro consecutivas também se dedica à política e homenageou Fidel

13 • 08 • 2021 às 10:24 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Com quatro medalhas de ouro consecutivas conquistadas na luta greco-romana, o cubano Mijaín López se confirmou como o maior lutador da história moderna olímpica. Toda atividade humana possui um sentido e um impacto político – inclusive o esporte, e as tantas vezes em que os Jogos Olímpicos ao longo da história foram palco de gestos políticos importantes comprovam tal certeza: apesar do triunfo sem igual, seus interesses e suas atividades não se restringem ao esporte. O atleta também se dedica à política, tendo sido candidato à deputado em Cuba, bem como dedicou o último ouro conquistado recentemente em Tóquio a Fidel Castro, a quem López se referiu como “comandante invicto”.

López celebrando o ouro conquistado em Tóquio

López celebrando o ouro conquistado em Tóquio

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O feito de López nas últimas quatro edições dos jogos é tamanho que só foi alcançado por outros três atletas: o velocista e saltador Carl Lewis, o lançador de discos Al Oerter e o nadador Michael Phelps, todos dos EUA, também conquistaram quatro títulos olímpicos consecutivos na mesma prova. A tradição cubana nas Olimpíadas é conhecida, e no meio das lutas é sem igual: a pequena ilha já conquistou o ponto mais alto do pódio em todas as modalidades disputadas nos jogos: o tae-kwon-do, o boxe, o judô e o wrestling.

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López foi candidato a deputado na Assembleia Nacional Popular pelo município Consolación del Sur, na província Pinar del Río, e o próprio atleta reconhece seu sucesso olímpico como fruto das políticas públicas de Cuba. “Tenho que agradecer e dedicar esse resultado ao nosso comandante invicto que foi quem se preocupou pelo esporte em Cuba. Creio que nós merecemos esse resultado graças a ele e ao esforço que a nossa Revolução fez”, afirmou o lutador em declaração após a conquista. Cuba tem também o boxeador Teófilo Steveson, campeão olímpico em Munique, em 1972, em Montreal, em 1976 e em Moscou, em 1980, como herói nacional.

Mijaín López

O lutador conquistou o ouro sem ceder um ponto sequer aos adversários

Mijaín López

A modalidade premia somente uma medalha por edição: Mijaín López ganhou as últimas quatro

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O ouro em Tóquio foi conquistado sem que um ponto sequer fosse marcado por um adversário contra López, que é o maior medalhista da história da luta greco-romana e também possui cinco títulos mundiais. “Estamos mostrando que nada nos vence. Eu estou apenas cumprindo com meu trabalho, com o que prometi ao sair da Praça da Revolução”, afirmou López, que recebeu as congratulações do presidente cubano, Miguel Diaz Canel, por telefone. Além de formar atletas vitoriosos, os complexos esportivos do tempo da revolução cubana também forma técnicos, médicos e auxiliares que trabalham em delegações do mundo todo.

Mijaín López

Mijaín López dedicou seu feito a Fidel Castro, líder da revolução cubana de 1959

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