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A filosofia e a sociologia são caminhos importantes para adquirir conhecimento e refletir sobre os problemas sociais. Nosso mundo globalizado pós-Guerra Fria não conseguiu resolver seus principais problemas: a fome, a desigualdade, o racismo, o machismo e a LGBTfobia se mantém a todo o vapor na sociedade; esses dilemas podem ser explicados pela filosofia e pela teoria social – assim como a superação dessas questões.
Selecionamos aqui no Hypeness uma lista com 7 filósofos e filósofas que deram contribuições importantes para a vida em sociedade. Vamos fugir dos clássicos. É claro que Platão, Aristóteles, Maquiavel e Comte podem ter suas contribuições essenciais para a forma como vivemos a vida, mas acreditamos que o presente também deve ser lido. Procuramos diversos pensadores de todos os cantos do globo para ajudar a pensar em uma vida na sociedade globalizada e diversa de hoje em dia.
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Paul Preciado enxerga o corpo como um papel central dentro do neoliberalismo e acredita em uma revogação dos papéis identitários
Paul Preciado é um dos principais filósofos da chamada ‘teoria queer’. Homem trans, Preciado aborda em suas principais obras – ‘Manifesto Contrassexual’ e ‘Testo Junkie’ – as questões de gênero dentro do mundo capitalista neoliberal. Para o autor, as noções de gênero, sexo e identidade no geral tem pouco sentido a partir do momento em que são ‘colonizadores’ do corpo. O aluno de Jacques Derrida também afirma que vivemos em uma era ‘farmacopornográfica’ do capitalismo, em que a pornografia e a possibilidade de alterar o corpo através da medicina – com os hormônios e medicamentos psiquiátricos – ganham papel preponderante para a vida em sociedade.
“O corpo e a sexualidade ocupam na atual mutação industrial o lugar que a fábrica ocupou no século XIX. Há, ao mesmo tempo, uma revolução dos subalternos e apátridas em andamento e uma frente contrarrevolucionária lutando pelo controle dos processos de reprodução da vida. Em cada canto do mundo, de Atenas a Kassel, de Rojava a Chiapas, de São Paulo a Johannesburgo, é possível sentir não só o esgotamento das formas tradicionais de fazer política, mas também o surgimento de centenas de milhares de práticas de experimentação social, sexual, política, artística… Fazendo frente ao aumento das forças edípicas e fascistas surgem, por toda parte, as micropolíticas do cruzamento”, afirma em artigo ao El País.
Lélia Gonzalez foi uma das principais filósofas do feminismo no Brasil
Em visita ao Brasil no ano de 2019, a pensadora marxista Angela Davis disse: “Por que vocês precisam buscar uma referência nos Estados Unidos? Eu aprendo mais com Lélia Gonzalez do que vocês comigo”. E de fato, devemos refletir: o trabalho da belorizontina Lélia Gonzalez é um dos mais cruciais para a compreensão das questões políticas na América Latina.
A pensadora criou um conceito para definir a experiência dentro da América Latina colonizada e marcada pela escravidão: para ela, a identidade desse povo é a ‘amefricanidade’. Para ela, o feminismo que não coloca em pauta o debate racial e o debate sobre colonialismo é um feminismo tão nocivo quanto o patriarcado.
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“É inegável que o feminismo, como teoria e prática, desempenhou um papel fundamental em nossas lutas e conquistas, na medida em que, ao apresentar novas questões, não apenas estimulou a formação de grupos e redes mas também desenvolveu a busca por uma nova maneira de ser mulher. Mas lidar, por exemplo, com a divisão sexual do trabalho sem articulá-la com a correspondente ao nível racial é cair em uma espécie de racionalismo universal abstrato, típico de um discurso masculinizante e branco”, afirma.
A obra crucial para compreender o trabalho de Lélia é ‘Por um feminismo afro-latino-americano’, editado pela Zahar no ano passado.
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O trabalho de Frantz Franon é importantíssimo para uma filosofia política que põe em pauta o racismo e o colonialismo
Frantz Fanon foi o principal filósofo político da Guerra de Libertação da Argélia, um dos maiores conflitos de libertação colonial do século passado. Fanon é crucial para a compreensão do nosso mundo atual por responsabilizar os reais responsáveis pela decadência social observada no continente africano até os dias de hoje e afirma que o pai do racismo como objeto estruturante das sociedades é uma invenção do continente europeu após o advento do capitalismo.
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Fanon concatenou os efeitos psíquicos, médicos, materiais e observou a realidade do colonialismo na África e se tornou um pensador indispensável para refletir sobre as questões sociais que afetam o terceiro mundo até os dias de hoje. Suas duas principais obras são ‘Os condenados da terra’ – um manual revolucionário para as nações exploradas – e ‘Pele negra, máscaras brancas’, um ensaio crucial para a compreensão das dinâmicas do racismo dentro da lógica colonial.
A filósofa portuguesa trata da subjetividade do colonialismo em suas obras teóricos e artísticas
Grada Kilomba é filósofa, multi-artista, psicanalista e escritora nascida em Lisboa, Portugal. Com raízes em São Tomé e Príncipe e Angola, seu trabalho é reconhecidamente focado no anti-colonialismo. A pensadora e artista multi-disciplinar foi a autora mais vendida na Flip 2019 com seu ‘Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano’, um estudo através de narrativas sobre o racismo em um olhar psicanalítico.
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“Todas as crises que nós temos são baseadas numa política de 600 anos de história colonial. E hoje temos uma outra crise muito grave, além da crise dos direitos humanos, que é a crise climática. É o resultado de uma história colonial, em que se ocupa tudo, se possui tudo, se explora tudo. Tudo pode ser capitalizado, explorado para dar dinheiro, para enriquecer, tudo é usado para a produção, para o capital, para o neoliberalismo. Isso é o resultado da escravatura, é o resultado de uma história colonial”, explica a artista.
Tayyeb Tizini enxerga o papel do mundo árabe na construção dos saberes ocidentais e entende que religiosidade e marxismo podem dialogar
Tayyeb Tizini é considerado um dos maiores filósofos do mundo árabe. Marxista, ele foi professor da Universidade de Damasco, na Síria, e ferrenho critico dos governos de Hafez Al-Assad e Bashar Al-Assad. Entretanto, sua principal contribuição para o pensamento das sociedades árabes foi o desenvolvimento de uma nova ideia de Marx e de dialética para a realidade pós-colonial observada no Oriente Médio.
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Tizini enxerga que todas as conquistas do pensamento ocidental – na tecnologia, na medicina e na economia – são frutos das ideias desenvolvidas nas sociedades islâmicas e pré-islâmicas que se estendem do Maghreb ao Levante. Para ele, a observação da luta de classe em Marx erra ao suprimir os saberes desenvolvidos fora do cânone eurocêntrico. Além disso, Tayyeb enxerga que o islamismo têm importância crucial para a construção das sociedades modernas e não deve ser abandonado pelos pensadores pós-coloniais.
Krenak é indipensável para entender a luta política dos indígenas na atual conjuntura brasileira e mundial
Ailton Krenak é um dos principais expoentes de uma filosofia indígena no Brasil. O pensador e defensor da demarcação das terras indígenas no Brasil teve papel central no embate entre os povos originários e as mineradoras na elaboração da Constituição de 1988. Até hoje, seu trabalho – guiado pela ideia política de que os indígenas e os brancos ainda mantém em guerra – é relevante.
“A Terra seguir seu caminho é uma possibilidade de desafiar a centralidade que o ser humano se pretende. Faz com o que essa centralidade seja posta em questão. É a ideia do Antropoceno [teoria de que as ações humanas mudaram profundamente o funcionamento do planeta e que isso constituiria uma nova era geológica]. Então, se o pensamento dos seres humanos acerca da vida aqui no planeta ficou tão atomizado ao ponto de nós ameaçarmos as outras existências, a Terra pode nos deixar para trás e seguir o seu caminho. Gaia é esse organismo vivo, inteligente, e que não vai ficar subordinado a uma lógica antropocêntrica”, afirma.
bell hooks (é minúsculo mesmo!) enxerga que o amor é a força política capaz de encerrar as opressões
O trabalho de bell hooks é importantíssimo para a compreensão de uma filosofia de libertação que ultrapasse os dilemas da grande política ou das formas estruturantes da sociedade. A filósofa estadunidense propõe uma micropolítica para a libertação e entende que a luta contra o patriarcado necessita de um debate interseccional entre questões de raça, sexualidade, identidade de gênero e classe. A filósofa também acredita que o amor, como construção e modo de existência, é a principal ferramenta para combater as opressões coloniais, raciais e patriarcais dentro da sociedade.
“O feminismo não pode ser apropriado pelo capitalismo transnacional como mais um produto luxuoso do ocidente que mulheres em outras culturas devem lutar para ter o direito de consumir. O objetivo do feminismo global é se estender e alcançar lutas globais para acabar com o sexismo, a exploração sexista e a opressão”, afirma a autora em ‘O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras’.
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