Futuro

Paralimpíadas: cannabis medicinal fora da lista antidoping ajuda no rendimento de atletas

10 • 08 • 2021 às 21:29
Atualizada em 13 • 08 • 2021 às 11:01
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Mais uma barreira do preconceito cai. A Agência Mundial Antidoping liberou a utilização de cannabis medicinal (CBD) por parte de atletas paralímpicos que vão disputar os Jogos de Tóquio a partir do próximo dia 24 de agosto. Esta será a primeira vez que a substância está liberada para uma competição.

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A atleta Susana Schnarndorf em ação na piscina.

Os nadadores Talisson Glock, Susana Schnarndorf e Roberto Alcalde são alguns dos atletas brasileiros que fazem uso da medicação. Os três são medalhistas paralímpicos e estarão no Japão. 

Eu já conhecia o CBD há bastante tempo, mas nunca foi possível pensar nisso no Brasil porque me parecia algo muito distante e extremamente mistificado”, diz Talisson, de 26 anos. O atleta não era usuário da substância até a liberação ser autorizada. O CBD passou a ajudá-lo a controlar episódios de insônia. 

(Antes) Não era uma alternativa pelo difícil acesso, mas o fato da WADA liberar o óleo já mostra que eles tão de olho na ciência e querendo quebrar esse tabu, porque não tem como não olhar para os benefícios que o CBD pode trazer”, comemora.

Alcade concorda e diz que o CBD o fez treinar melhor e diminuiu também as crises de ansiedade que ele tinha. “Tenho entregado o melhor que posso. Não tem a ver com ganho esportivo, questão muscular ou aumento de potência, mas sim com melhores condições gerais na vida, que me dão a tranquilidade de seguir a rotina de treinamentos equilibrando as coisas, dentro e fora das piscinas. Antes eu estava totalmente desregulado”, explica.

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Talisson Glock, nadador brasileiro.

Já Susana, que tem Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS), conta que conheceu o canabidiol pela internet ao pesquisar sobre tratamentos não convencionais. Em 2014, ela foi convidada a participar de uma pesquisa sobre a utilização de CBD em baixas dosagens.

Quando as coisas começaram a mudar no Brasil e eu tive contato com o óleo de CBD em si, com as concentrações que eu realmente precisava, eu achei sensacional porque senti muita diferença. Mesmo que a minha doença não tenha melhorado, sinto que ela progride bem mais devagar, me dando um conforto geral em que durmo melhor, como melhor, me recupero melhor e não tenho mais ataques de ansiedade ou insônia”, diz. 

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A Pangaia é uma das empresas responsáveis pela distribuição de cannabis medicinal no Brasil. Apesar da resistência contrária à utilização da medicação ser forte no Brasil, os caminhos têm se aberto cada vez mais para a quebra de paradigmas. 

Viver esse momento de ver as pessoas ‘virando a casaca’ ao conhecerem os benefícios da cannabis medicinal e se juntando ao movimento de expansão dessa mensagem de vida e bem-estar é como uma linha de chegada para mim, que vivo disso, é como se fosse minha medalha de ouro”, comemora Renan Miguel, COO da Pangaia. 

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