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A transição de carreira nada mais é do que o movimento no qual um profissional decide mudar sua área de atuação ou até mesmo o posicionamento dentro de uma mesma área. Essa movimentação geralmente é considerada quando a pessoa não está muito satisfeita com os rumos de sua vida profissional. Mas essa decisão de mudança radical também vem acompanhada de muitos medos, incertezas e dilemas. Para nos ajudar a entender quais são as principais nuances de movimentação profissional, o ‘Prosa’ convidou a ex-administradora e professora universitária, e atual artesão, Fernanda De Nadai, a ex-veterinária e atual confeiteira, Suellen Paganini e o ex-físico e músico e atualmente padeiro, Ramiro Murillo, para um debate.
Muitas questões de insatisfação em uma antiga carreira podem estar relacionadas a empregabilidade e salário, ou então questões mais pessoais como motivação ou até mesmo um propósito de vida. Entretanto, durante a pandemia, com muitas pessoas perdendo seus empregos ou tendo salários reduzidos, a transição de carreira também se tornou de certa forma uma necessidade ou alternativa para manter um padrão de vida ou renda.
As razões podem ser diversas, mas é fato que é necessário muita coragem e certeza para fazer esse tipo de movimentação, uma vez que as pessoas também carregam um fardo social muito grande sobre qual carreira devem seguir. Para Ramiro, a história de que uma pessoa tem apenas uma profissão é uma ilusão, na verdade nenhuma pessoa faz uma coisa só.
“Comecei seguindo um pouco das indicações do meu pai com a física e ciência, e depois me firmei nas artes, onde fiquei muitos anos. Na física conheci muito músicos e depois passei também pela dança e yoga até que o pão junto tudo. A sala de padaria é uma sala de laboratório, um ateliê, uma sala de experimentos, de meditação e também uma loja. Eu entendi que é algo que me move e também tem o trabalho manual que eu acho fundamental para a mente”.
A história da ex-professora que hoje ganha a vida fazendo arte por apostar nos seus sonhos
Já Fernanda, apesar de uma mudança radical na carreira, desde criança já flertava com sua veia empreendedora. Aos 10 anos começou a comprar bijuterias para vender na escola, onde também vendia desenhos. Mas, a vida acabou lhe levando para outros caminhos até que teve o insight de voltar às origens e ao que realmente gostava.
“Sempre senti um bem-estar quando estava conectada com artes manuais e com empreendedorismo. Mas no momento que precisei escolher uma formação, por pressão da família e outras pessoas ao redor, acabei fazendo administração. Depois me envolvi com o ensino que também sempre foi uma paixão e comecei uma carreira acadêmica, com as artes manuais ficando apenas como hobby. Fiquei muitos anos como professora universitária e chegou o momento que comecei a perceber que estava vivendo no piloto automático e trabalhando das 5h até quase meia noite. Nessa hora disse que deveria colocar o pé no freio e voltar para mim, fazer o que eu gostava. Aí pedi demissão, deixei as aulas e parti para o artesanato e o empreendedorismo”.
Suellen, por outro lado, seguiu uma de suas paixões de infância. O problema, ou nessa caso sorte, era que na verdade eram duas diferentes paixões que lhe acompanhavam desde criança. Depois de se formar e atuar como veterinária, até por uma dificuldade financeira, passou a fazer doces para completar a renda e, pouco depois, o que era complemento acabou se tornando a principal fonte de renda.
Depois de se arriscar na física, música, dança e yoga, Ramiro Murillo se encontrou na padaria
“Fui uma criança apaixonada por animais, como a maioria dos veterinários, mas também era apaixonada por programas de culinária. Ajudava minha mãe fazer bolos e os primeiros contatos com a cozinha são da infância. A veterinária entrou na minha vida pelos animais de estimação que criei uma relação de amor, e quando minha cachorrinha partiu eu falei que iria estudar veterinária para salvar os animais. Ainda na faculdade fiz cupcakes para vender, depois de formada fazia brigadeiros para vender no hospital e foi um sucesso. Eu não queria acreditar na transição de carreira, tinha medo e vergonha, mas se tivesse feito antes seria muito mais feliz. Na época eu pensava muito no que as pessoas iam pensar ou falar”.
Fernanda também destacou durante a prosa que é muito importante que a pessoa se conheça e saiba seus valores para tomar esse tipo de decisão, sem se importar com o que as outras pessoas possam pensar. “Alguns pontos para pensar na transição são a flexibilidade de horário, o reconhecimento dos outros, a liberdade e também o impacto social do trabalho. A ideia de que o registro em carteira ou uma carreira tradicional é mais segura já caiu por terra e hoje vemos que não existe emprego seguro”.
Profissões do futuro: quais são e que habilidades requerem?
Há também questões sociais e de oportunidades que podem influenciar, facilitando ou dificultando, esse tipo de decisão. Ramiro pontuou que foi uma pessoa que teve um privilégio muito grande de poder escolher e mudar de carreira mais de uma vez, mas que grande parte das pessoas precisam trabalhar para se sustentar e manter uma estabilidade e não tem essa opção. “Existem muitas situações diferentes de acordo com históricos pessoais e até mesmo localidades e tudo isso acaba influenciando nessa decisão”, completou.
Por outro lado, Sullen afirmou que não pensou muito nas possibilidades e acabou tomando uma decisão completamente passional. Ela também contou que teve apoio da sua mãe desde o início e que seu pai, que foi reticente no início, até ajudou com entregas e vendas de porta em porta até o negócio engrenar. “Quando começou a dar certo meu marido também abandonou a veterinária e começou a se envolver na produção, foi muito libertador tudo isso”.
O episódio também abordou questões como a equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, rotina, relação com os filhos, motivações, pandemia e muito mais!
Ficou curioso para saber o que mais rolou nessa prosa? Então aperta o play, sinta-se em casa e vem com a gente! Ah, também guardamos dicas culturais incríveis para você nesse episódio enquanto aprecia um café com BIS Xtra, que tem muito mais chocolate e traz o descontrole na dose certa, afinal, é impossível comer apenas um!
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