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A ilha de Taquile fica na parte peruana do lago Titicaca. O local, cercado por águas, sofreu pouca influência dos colonizadores espanhóis e se mantém fortemente ligado às suas tradições, profundamente influenciadas pelo Império Inca. E uma dessas influências está muito presente em um aspecto da vida em Taquile: o tricô.
O império Inca usava os quipu, um sistema de escrita em nós no algodão, como principal forma de registro de informações, datas e arrecadação de impostos. Os espanhóis destruíram a maioria dos quipus com a colonização, mas a prática de lidar com os fios para manter registros se manteve em diversas comunidades peruanas.
O tricot é considerado essencial para a formação da masculinidade taquile
Em Taquile, o tricô tem um papel interessantíssimo na antropologia. Os meninos começam a tricotar entre os 5 e 6 anos de idade. A prática é majoritariamente masculina, mas mulheres também participam e aprendem. Entretanto, os experts na prática são os homens.
“A maioria das pessoas aprendem olhando, assistindo. Como não tenho um pai, meu irmão mais velho e meu avô me ensinaram a tricotar. Então, fui entendo aos poucos a prática”, explica Alejandro Huatta à BBC Travel.
A tradição é passada de pai para filho ou de tio para sobrinho. Os objetos tricotados são os chapéus (chullos). Eles carregam símbolos totêmicos e informações sobre a colheita e a natureza. O domínio da habilidade em tricô acaba se tornando um indicador de masculinidade dentro de Taquile.
Uma outra função dos chullos dentro da região é o casamento. Mulheres irão escolher seus parceiros de acordo com a qualidade e beleza de seus chullos.
O pai da noiva chega a checar a qualidade dos chullos antes de autorizar o casamento. Ele coloca água no chapéu e caso o tricot seja capaz de conter a água dentro do chullo, isso significa que o pretendente é um bom tricotador e pode casar-se com sua filha.
Mulheres tricotam cintos para seus maridos, mas a prática é bem menos comum
A ilha não foi afetada pela covid-19 graças ao seu natural isolamento do resto do Peru. “Temos muito conhecimento ancestral, e precisamos que as gerações mais novas compreendam que isso sempre estará em nossa mente e na nossa consciência, porque a tradição é conhecimento e sabedoria que não pode ser esquecido. Se os tempos modernos estão chegando, aceitaremos, mas sem perder nossas raízes. E como me dizia meu avô: um homem que não tricota não é um homem”, completa Alejandro.
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