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Fruto de um processo histórico, o racismo estrutural é uma combinação de atos discriminatórios profundamente enraizados na sociedade, que privilegia certos grupos étnico-raciais em função de outros. Não corresponde ao ato preconceituoso isolado, mas a institucionalização desse preconceito em todas as áreas sociais, favorecendo brancos em detrimento de negros e indígenas, como nos diversos casos de discriminação no Brasil.
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Essa discriminação é reproduzida nos espaços econômicos, culturais, políticos e até mesmo nas relações diárias e interpessoais. O motivo? Ela estrutura todos os âmbitos da nossa sociedade. É por essa razão que “não existe racismo que não seja estrutural”, como bem aponta o professor Silvio de Almeida.
Mas como essa estrutura racista foi formada? De que maneira ela funciona na prática?
O movimento Black Lives Matter ganhou as ruas de todo o mundo após o assassinato do americano George Floyd
O racismo é um sistema de discriminação que se baseia nas diferenças físicas entre pessoas de raças e etnias distintas. De acordo com suas cores de pele, tipos de cabelo e formatos dos olhos, por exemplo, cada uma delas é posicionada dentro de uma hierarquia bastante específica. Quanto mais longe do topo dessa hierarquia, mais desvantagens e preconceitos um grupo racial vai enfrentar.
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As ideias racistas enraizadas na sociedade brasileira são herança do período escravocrata. O pensamento de que os povos escravizados eram inferiores aos brancos, tanto fisicamente quanto intelectual e culturalmente, foi passado de geração em geração, sobrevivendo até os dias de hoje no imaginário social.
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Ao contrário do que muita gente ainda pensa, a Lei Áurea garantiu a abolição da escravatura, mas não ofereceu meios para que os negros libertos pudessem se integrar a sociedade. Sem direito à saúde, à moradia e à educação, eles não conseguiram ingressar em empregos remunerados. A maioria continuou nas fazendas servindo aos senhores de engenho para se sustentar.
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As novas vagas de trabalho passaram a ser ocupadas por imigrantes europeus, que tinham acabado de chegar ao país. Esse era um projeto de Estado para que negros e indígenas continuassem excluídos socialmente, enquanto os brancos eram privilegiados.
Mulher protesta em manifestação Black Lives Matter
A base de sustentação da sociedade brasileira continuou sendo composta pelas mesmas pessoas graças a um elemento em comum: o racismo. A falta de acesso a melhores condições de vida somada às ideias de superioridade racial foram reproduzidas durante todo o resto da história do país, originando o que hoje conhecemos como racismo estrutural.
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As consequências de uma sociedade estruturada pelo racismo são vistas na prática em quaisquer dados sobre a realidade socioeconômica brasileira. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que analisou o nível de instrução formal de pessoas com 25 anos ou mais em 2018, 24% de quem tinha ensino superior completo era composto por brancos, contra 10% de pretos ou pardos.
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Além da educação, essa desigualdade também se reflete diretamente no mercado de trabalho e nos salários. Em 2019, uma pesquisa também do IBGE identificou que a renda mensal de pessoas negras foi equivalente a 55,8% da de pessoas brancas: enquanto os primeiros ganharam em média R$ 1673 por mês, os últimos tiveram rendimento de R$ 2999.
No âmbito da violência, os números são ainda mais alarmantes. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, 77% das vítimas de homicídio no país são negras. A mesma pesquisa também constatou dados alarmantes sobre o genocídio negro. Segundo ela, a chance de uma pessoa negra ser assassinada é 2,6 vezes maior do que a de uma não negra.
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