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Um olhar apressado sobre a arquitetura, o horizonte de edifícios e o panorama urbano de Saná, capital e maior cidade do Iémen, pode trazer a impressão de que se trata de um cenário construído para um filme fantástico ou uma maquete representando um mundo imaginário. Não é por acaso que a parte antiga da cidade inspirou o poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini a realizar três filmes a utilizando como locação: construídos há séculos utilizando somente recursos naturais, os prédios se integram à paisagem e às necessidades climáticas do deserto através de uma arquitetura que mais parece parte de um sonho.
A arquitetura de Saná parece saída de um sonho ou de um filme para o norte do Iémen © Getty Images
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A fundação da cidade é milenar, e as técnicas arquitetônicas remontam aos séculos VIII e IX, por isso estima-se que alguns edifícios da cidade antiga tenham sido construídos há mais de 1200 anos, utilizando pedras, terra, barro, madeira e nada mais. Não é possível, porém, realmente datar cada construção, já que os prédios precisam constantemente ser retocados e reconstruídos a fim de permanecerem de pé contra os elementos da região, e especialistas sugerem que as construções possuem ao menos entre 300 e 500 anos em sua maioria, com suas janelas e portas incrivelmente decoradas com gesso para tornar as paredes cor de terra ainda mais em verdadeiras obras de arte.
A técnica é tão antiga que algumas casas passam dos 1200 anos de construção © Wikimedia Commons
A decoração ao redor das janelas e portas é feita com gesso © Wikimedia Commons
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Os prédios de Saná, no entanto, não são somente pontos turísticos como peças em um museu, mas seguem em uso pleno há centenas de anos, como hotéis, cafés, restaurantes, mas principalmente residências para a população de quase 2 milhões de habitantes da cidade. Mesmo entre as construções mais antigas, algumas passam de 30 metros de altura e 8 andares, construídos sobre uma base de pedra com mais de 2 metros de profundidade, utilizando tijolos de barro, pisos feitos com troncos, galhos e terra crua, e paredes cobertas por terra crua como massa e eficaz isolante térmico. Os terraços são comumente utilizados como um cômodo ao ar livre, e as muitas janelas cobertas por telas permitem que a circulação de ar ajude a combater o calor do cenário desértico ao norte do Iémen, onde fica a cidade.
O Bab Al-Yemen ou Portão do Iémen, muro construído há 1000 anos para proteger a cidade antiga © Wikimedia Commons
O Dar al-Hajar, palácio construído sobre uma rocha na cidade antiga © Wikimedia Commons
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Localizada em vale montanhoso de mais de 2,2 mil metros de altura, como era comum no passado a cidade antiga é toda murada, e por isso suas construções cresciam ao alto, como forma de proteção contra possíveis invasores. Foi em Saná que Pasolini filmou, em 1970, algumas cenas do clássico Decameron e, tomado de encanto pelo bairro antigo, o cineasta registrou a arquitetura local para realizar o documentário Os Muros de Saná, como um apelo à UNESCO para proteger suas edificações: o grito do artista deu certo, e a cidade antiga foi colocada como Patrimônio Histórico Mundial em 1986.
As casas ainda são em maioria ocupadas por famílias e residentes © Wikimedia Commons
Vista de longe, a arquitetura de Saná lembra uma maquete criada por um detalhista artista © Wikimedia Commons
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A pobreza e a possibilidade de erosão por conta do clima, do vento e da falta de investimentos em manutenção e obras ameaçam constantemente a cidade antiga de Saná, apesar dos esforços da UNESCO para restaurar e manter milhares de edifícios no local – o Iémen, afinal, é o país mais pobre do oriente. O uso de técnicas e principalmente de materiais locais é celebrado por arquitetos e especialistas, e fundações especializadas lutam para preservar tais conhecimentos bem como as próprias construções. Pier Paolo Pasolini ainda retornaria à cidade em 1973, para filmar partes de As Mil e Uma Noites, uma de suas obras-primas, lançada no seguinte.
Além de usar materiais naturais em suas construções, os edifícios de Saná integram à cidade à paisagem do deserto © Getty Images
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