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“Os turcos nunca marcaram esta região no mapa da Grécia, porque nunca conseguiram pôr os pés aqui. É por isso que a região se chama Agrafa [Os não marcados]!”. A fala de Costas Makkas ao Greece Is diz muito sobre esse ponto em meio à montanhas isolado e quase inexplorado em terras gregas.
Nos tempos medievais, esta região tão inacessível que seus habitantes desenvolveram um estilo de vida independente que se mantém até os dias de hoje. Esta Grécia quase escondida fica no interior do país, na parte mais meridional da Cordilheira de Pindo, no centro da Grécia, rodeada por montanhas e isolada do resto do mundo.
Por isso os escribas bizantinos consideraram que o território não precisava ser marcado no mapa. Mesmo os otomanos pensaram que seria complicado demais controlar a região, deixando-a livre. Daí o nome Agrafa, que signignica “não escrito” em grego.
Os habitantes do lugar, chamados Agrafiots, aproveitaram esta quase independência para cultivar em suas terras em sentimento revolucionário. Ali nasceu Antonis Katsantonis, que se dedicou a lutar pela independência. Já o líder revolucionário Georgios Karaiskakis usou Agrafa como base para aterrorizar as tropas otomanas em seu tempo.
Depois de se manterem muito tempo livres de ameaças de invasões de outros impérios, chegou a Segunda Guerra Mundial e com ela os nazistas, que conseguiram encontrar e ocupar Agrafa. Mas o sucesso não durou muito. “Quando os vimos, todos corremos para nos esconder nas cavernas. Eles ficaram dois dias e depois incendiaram a aldeia”, conta Konstantinos “Dino” Panourgias ao jornalista Alex Sakalis, da BBC.
A eletricidade chegou em 1982 e a estrada que atravessa o desfiladeiro foi inaugurada em 1987. No entanto, as pontes só foram construídas em 1993.
Próximo das montanhas Agrafa – que receberam o mesmo nome da cidade -, existem três grandes rios de Agrafa – o Acheloos, o Agrafiotis e o Megdovas. De lá também é possível avistar florestas de abetos, planta da mesma família do pinheiro, que se perdem de vista. “Você se sente como se estivesse entrando em um mundo diferente”, descreveu a jornalista Natasha Blatsiou. “O mundo da Agrafa.”
Até hoje o acesso é por estrada de terra, não tem postos de gasolina ou oficinas mecânicas. É, na verdade, apenas um labirinto de trilhas de terra que levam a vilarejos remotos, como segue a discrição de Natasha.
“A natureza se afirma e as encostas cobertas de abetos, desfiladeiros profundos e riachos impetuosos parecem deixar pouco espaço para as pequenas aldeias da área: Marathos, Agrafa, Tridentro, Trovato, Epiniana, Monastiraki e Vrangiana”.
Dentro do desfiladeiro você pode ver pontes de pedra, pequenas pontes militares, pontes improvisadas de cordas suspensas feitas de galhos de árvores e até um karouli [guincho], o nome usado para o teleférico local: estes eram os meios usados pelos moradores para fazer a ligação as duas margens do rio Agrafiotis.
Não há pousadas de luxo, apenas alguns quartos equipados com o necessário. Na maioria das vezes, eles têm camas de madeira, que datam de antes da guerra, um lençol e um cobertor, e ainda assim você se sentir grato por não ter acabado sem ter onde dormir. Não que alguém, é claro, o deixaria perdido – por mais sofrimento e pobreza que a população local tenha vivido, é assim que eles oferecem sua hospitalidade generosamente.
Nos cafés locais, os fogões de ferro fundido já estão fumegando, e os rostos envelhecidos ao redor deles têm algo quase de outro mundo. As calorosas saudações são muitas – sua efusão é verdadeiramente notável.
Ainda que remoto, Agrafa é principal vilarejo da região. Por ali, Natasha indica um mergulho na Tripa tou Agrafioti (caminhada de 20 minutos ao longo da margem do rio) e fazer uma parada para visitar Neromylos. “No verão, o planalto de Niala acolhe os pastores que trazem os seus animais das planícies para pastar. Na própria aldeia, caminhos estreitos oferecem belas vistas”.
Segundo ela, vale ficar na Guesthouse Kyra Niki, hospedaria conhecida por sua comida incrível, preparada com vegetais da horta do proprietário e ovos postos por suas galinhas – tudo servido em um terraço encantador. “É também o melhor lugar para perguntar sobre a história e a geografia da região”.
Lá você pode ouvir histórias sobre como as montanhas endureceram os habitantes locais e como a modernidade quase acabou com o estilo de vida de pastoreio, embora alguns traços permaneçam.
As pequenas comunidades vivem com muito pouco e recebem bem alguns visitantes durante todo o ano. “Os habitantes locais são os guardiões de uma paisagem imaculada, e eu espero que sua região possa permanecer assim”.
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