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O debate a respeito do que deveria ou não deveria ser considerado “arte” – e quem teria ou não teria o direito a determinar tal coisa – é antigo e cheio de desdobramentos, mas definitivamente ganhou um novo parágrafo a partir da última “obra” criada pelo artista dinamarquês Jens Haaning. A encomenda veio do Museu Kunsten de Arte Moderna, em Aalborg, quarta maior cidade da Dinamarca, e originalmente tinha como intuito patrocinar a recriação de antigas obras do artista para uma nova exibição: no lugar da recriação, porém, Haaning criou a obra “Take the Money and Run”, e entregou ao museu nada além de telas em branco para serem expostas.
As telas em branco que formam “Take the Money And Run” © Kunsten Museum of Modern Art
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O título da exposição explica o gesto: em tradução livre, o nome proposto quer dizer “Pegue o dinheiro e fuja”, e as cédulas em questão seriam utilizadas como matéria prima para realização das obras, para realizar as peças desenvolvidas em 2007 e 2010 originalmente, mostrando a renda média anual na Áustria e na Dinamarca respectivamente. A decisão de simplesmente embolsar as 534 mil coroas dinamarquesas em dinheiro – valor equivalente a cerca de 446 mil reais – se deu, segundo o artista, como um gesto de protesto, ampliando o sentido original do trabalho.
“Salário médio de um austríaco”, uma das obras que seriam reconstruídas para a exposição © Jens Haaning/Sabsay Gallery
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“Estimulo outras pessoas que têm péssimas condições de trabalho como eu a fazer o mesmo”, afirmou o artista. “A obra de arte é que eu peguei o dinheiro deles. Não é roubo, é uma brecha no contrato, e a brecha no contrato é parte da obra”, explicou. A decisão de tornar a exposição original em “Take the Money and Run” se deu após Haaning descobrir que receberia cerca de 3.900 dólares para realizar as duas obras que anteriormente iriam compor a exposição – a inclusão das peças, e a forma como seriam incluídas na exposição, segundo o artista, esvaziaram o próprio sentido dos trabalhos.
O museu incluiu as telas em branco na exposição “Work it Out” © Kunsten Museum of Modern Art
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A direção do museu, que somente descobriu o gesto de Haaning quando abriu a caixa que conteria as peças encomendadas para encontrar duas telas brancas, negou ter pagado um valor injusto ao artista, e até aqui não contestou o gesto, incluindo as telas na exposição “Work it Out”. O artista, porém, tem de devolver o valor até o dia 06 de janeiro, em prazo previsto, segundo a direção, em contrato, ou então medidas legais serão tomadas de acordo com comunicado. Até aqui, porém, Haaning afirmou que não pretende devolver a quantia: essa é, afinal, sua obra de arte.
O Kunsten Museum of Modern Art, na cidade dinamarquesa de Aalborg © Wikimedia Commons
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