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O mistério ao redor das múmias da Bacia do Tarim, na China, foi enfim desvendado a partir de exames de DNA realizados recentemente a partir de material colhido de 13 diferentes cadáveres mumificados.
Encontradas pela primeira vez no final dos anos 1980 no deserto de Taklamakan, ao oeste do país, as múmias são da cultura Xiaohe, e causaram espanto por conta do excelente estado de conservação dos corpos e principalmente pelas roupas de cores intensas e os adornos refinados de aparência moderna.
Em sua maioria caucasianos e com aparência de uma pessoa viva, desde então especialistas se perguntavam quem era afinal aquele povo, e como teriam ido parar no deserto chinês, no meio da Ásia, há cerca de quatro mil anos.
Cemitério de Xiaohe, no deserto de Taklamakan, onde muitas das múmias foram encontradas entre o fim dos anos 80 e os anos 90 © Instituto de Arqueologia e Antiguidades Culturais de Xinjiang
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O mistério era tamanho que houve quem pensasse se tratar, em verdade, de uma “isca” arqueológica falsa para atrair turistas. A conservação das múmias é de fácil explicação, por conta do clima árido e frio do deserto de Taklamakan, mas os traços das próprias pessoas naquela localização foi desde sempre a questão: eram altas, de cabelo castanho ou castanho-claro, alguns homens com barbas, trajando vestimentas especiais, vistosas e coloridas.
Três teorias especulavam sobre tais origens, sugerindo que a cultura Xiaohe seria de pastores imigrantes do sul da Sibéria, ou de que eram agricultores nômades, vindos das montanhas da Ásia Central ou do Afeganistão. Os testes realizados recentemente, porém, apontam que as três hipóteses são incorretas.
O chapéu perfeitamente preservado em uma das mais emblemáticas múmias do Tarim © Instituto de Arqueologia e Antiguidades Culturais de Xinjiang
As roupas coloridas e o estado de conservação das múmias do Tarim causam espanto desde então © Wikimedia Commons
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O resultado dos exames de DNA com as 13 múmias do Tarim apontou se tratar de uma população autóctone, que se origina na própria região e que não se misturou há mais de 9 mil anos – sendo, portanto, um povo geneticamente isolado, apesar de se tratar de uma cultura apresentando traços cosmopolitas. As pesquisas confirmaram que o povo Xiaohe misturava práticas e cultivos de origens diversas, bem como práticas e tecnologias diversas. “Ficamos surpresos com o chamativo contraste entre seu isolamento genético e suas conexões culturais”, afirmou Christina Warinner, antropóloga da Universidade de Harvard, que lidera a pesquisa.
Escavação no cemitério de Xiaohe, no deserto de Taklamakan © Instituto de Arqueologia e Antiguidades Culturais de Xinjiang
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“Não está claro como e por que mantiveram um isolamento genético tão rígido, mas sua abertura à adoção de novas tecnologias é o que provavelmente fez com que fossem bem-sucedidos na colonização dos oásis do deserto da bacia do Tarim”, afirmou Warinner, que conduz o estudo junto de colegas da Alemanha, China e Coréia do Sul. O estudo foi publicado recentemente na revista Nature, não sem causar polêmica ao derrubar as teorias anteriores: Victor Mair, historiador na Universidade da Pensilvânia e especialista nas múmias do Tarim, preferiu não se aprofundar no tema, mas afirmou se tratar de uma pesquisa defeituosa. A pesquisa em inglês pode ser acessada aqui.
“A Bela de Xiaohe”, a mais famosa das múmias, de 3.800 anos © Instituto de Arqueologia e Antiguidades Culturais de Xinjiang
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