Tecnologia

Como as NFTs podem ajudar no reflorestamento da Amazônia

27 • 10 • 2021 às 10:12 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Mais do que uma realidade, os tokens não fungíveis, mais conhecidos como NFTs, se tornaram um mercado bastante rentável ao longo do último ano, gerando mais de 2,5 bilhões de dólares no período. Há, porém, um potencial maior e mais importante do que simplesmente gerar lucro aos investidores nas negociações dos tokens que representam a originalidade e a unicidade de uma peça digital: os NFTs podem ajudar a salvar as florestas e reflorestar a Amazônia. Um dos projetos que promove o uso ambiental dos tokens é o NForest, que oferece obras de arte retratando árvores, animais, lendas e outros símbolos amazônicos e que, ao serem adquiridos, se traduzem no plantio de árvores de fato no solo da floresta.

Um dos tokens do NForest

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O NForest é projeto da NFMarket, especializada nos tokens não fungíveis, e funciona dentro do NFT Amazônia, unidade de negócios ambientais da agência, e cada NForest será criado por artista específico. “Estas artes em forma de NFT, ao serem adquiridas automaticamente consolidam-se no plantio de uma árvore real, eternizando a floresta e a criação de NFTs com lastro real no plantio. Serão as primeiras árvores plantadas via NFT da Amazônia”, afirmam os desenvolvedores. As árvores físicas terão suas localizações mapeadas em coordenadas, através das quais uma verdadeira Floresta Virtual será estabelecida em ambiente digital para manutenção do projeto.

A compra de um NForest é acompanhada de um certificado

A compra de um NForest é acompanhada de um certificado

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“Assim é possível identificar quais espécies de árvores foram plantadas com suas respectivas fichas técnicas com a importância biológica e subprodutos extraídos de cada uma delas, possibilitando rastreabilidade e segurança para quem estiver contribuindo para o bem da Amazônia por meio deste projeto”, afirmou Thiago Valadares, CEO da NFMarket Agency. A iniciativa surge em momento de emergência, já que os mais diversos recordes de desmatamento vêm sendo tragicamente batidos ao longo dos últimos anos: somente em setembro, segundo o Instituto Amazon, mais de 1,2 mil quilômetros de floresta foram destamatados na Amazônia.

As cryptrees, árvores virtuais que equivalem a árvores reais da NFT Amazônia

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O projeto mostra que a tecnologia dos NFTs pode ir muito além de seu uso para o entretenimento, as artes ou a música, e surge como modelo em potencial para a utilização dos tokens nas mais diversas causas atuais. Para tornar o NForest em plantio da floresta real foi estabelecida uma parceria com a EcoViva Amazônia, entidade cujo a equipe ficará responsável pelo plantio das árvores em campo, na região do Rio Arapiuns, na Comunidade do Coroca, no município de Santarém, no Pará. Outro exemplo interessante do uso de tal tecnologia para causas ambientais é o projeto PowerJags, que lançará uma coleção de NFTs inspirados na onça-pintada, e que reverterá o lucro das vendas dos tokens para a Ampara Silvestre, ONG que trabalha pela proteção de espécies ameaçadas. A venda do NForest e o PowerJags será realizada através da OpenSea, plataforma de negociação de tokens não fungíveis.

Um dos PowerJags, NFT da Ampara Silvestre

Um dos PowerJags, NFT da ONG Ampara Silvestre © PowerJags

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© fotos/artes: NForest/crédito


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