Sustentabilidade

Gastos militares na Amazônia chegam a 550 milhões e não reduzem desmatamento

28 • 10 • 2021 às 10:00 Redação Hypeness
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Entre 31 de outubro e 12 de novembro desse ano, ocorrerá a COP 26, uma reunião de lideranças mundiais em prol da sustentabilidade. Para o presidente Hamilton Mourão, a principal cartada do Brasil para demonstrar preocupação ambiental para o cenário internacional é a presença de forças militares na Amazônia. Mas o custoso projeto, que gastou mais de meio bilhão de reais para os cofres públicos, não trouxe resultados reais para a conservação da maior floresta tropical do planeta.

O governo Bolsonaro instaurou três GLOs (Garantias da Lei e da Ordem), uma espécie de ordem presidencial para aplicação de uso de força militar dentro de seu próprio território, com o fim de conter o desmatamento da floresta amazônica.

Uma primeira GLO ocorreu entre agosto e outubro de 2019, uma segunda durou entre maio de 2020 e abril de 2021, e, por fim, uma terceira intervenção militar durou entre junho e agosto desse ano. Foram dispendidos mais de R$ 550 milhões nessas operações.

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Os resultados mostram que o desmatamento não sofreu impacto com a ação dos militares. Pelo contrário: desmatamento e invasão de garimpeiros em terras indígenas aumentaram durante o governo Bolsonaro, algo que incomoda a comunidade internacional.

Entretanto, no período da segunda GLO, houve uma queda de 5% no desmatamento em comparação a 2019, mas em 2019, o desmatamento foi 7% maior do que em comparação a 2018. Em 2021, foi observado o pior resultado de conservação da Amazônia nos últimos dez anos, segundo o Imazon.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou em documento que “conversou com o ministro da Defesa para que estenda a GLO, com os recursos que restaram, de modo que, quando os nossos negociadores chegarem em Glasgow para a COP26, em novembro, se tenham números positivos e principalmente demonstre claramente o comprometimento do Estado brasileiro (governo Bolsonaro) de resolver esse problema”.

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O valor das medidas defendidas por Mourão é seis vezes maior do que o orçamento anual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pela conservação dos recursos naturais e pela fiscalização do desmatamento.

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Fotos: Destaques: Divulgação/Força Aérea Brasileira Foto 1: Jorge Cardoso sob Creative Commons


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