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Nessa semana, o jornalista Leandro Narloch publicou um texto em sua coluna na “Folha de São Paulo” afirmando que “a riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro”. Nas palavras dele, o movimento negro deveria se inspirar nas poucas mulheres negras que escravizavam pessoas durante o período da escravidão no Brasil.
Narloch reconquistou espaço na “Folha de São Paulo” depois de ser demitido da CNN ao dizer que gays seriam promíscuos, quando comentou a questão da doação de sangue por homens homossexuais que estava sendo debatida no Supremo Tribunal Federal durante julho de 2020.
Leandro Narloch, um coach do movimento negro em sua coluna da Folha
O jornalista — autor do livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” — se tornou um recorrente disseminador de informações distorcidas ou diretamente mentirosas sobre o período da escravidão. Chegou a afirmar — sem provas — que Zumbi era dono de escravos em seu quilombo e entregou o ônus da prova para quem o questionou. Com esse novo artigo para sua coluna na “Folha de São Paulo”, Leandro galvaniza seu negacionismo histórico disfarçado de “politicamente incorreto”, reforçando estereótipos e visões incorretas sobre o período da escravidão do Brasil.
Impressiona é que comentarista político tenha sido demitido da “CNN Brasil” — veículo que costuma dar espaço para figuras evidentemente negacionistas —, para depois colher os louros do suposto “cancelamento” ao ganhar uma coluna na “Folha” para escrever, literalmente, o que lhe dá na telha.
“Aonde Narloch quer chegar? Ele quer deslegitimar a luta do movimento negro hoje. No limite, ele quer implodir com a política exitosa de ações afirmativas. Ele quer colocar isso em xeque do ponto de vista da legitimidade. Ele está politizando a leitura do passado para promover o embate com a luta racial hoje”, diz Petrônio Domingues, historiador, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e autor de “Protagonismo Negro em São Paulo” (Ed. Sesc-SP), à coluna “Vidas Negras Importam”, da Folha.
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Como descreveu Rogério Galindo em um texto para o “Jornal Plural”, Narloch, seu ex-colega de faculdade, acabou se tornando um feitor de escravos. “Leandro, o jovem da UFPR (Universidade Federal do Paraná), se tornou um feitor profissional de escravos mortos. Mais do que isso: branco de olhos claros, filho da classe média que nunca sofreu um mililitro de preconceito, quer ser coach do movimento negro. Mandou um discurso motivacional para os ativistas: eles devem evitar ficar falando tanto assim de sofrimento (que coisa mais deprê, hein?) e que passem a falar do exemplo dos escravos que foram protagonistas de seu destino. Escravos que foram protagonistas de seu destino. Oxímoro? Dane-se. Vai render likes e uma grana para investir em uns empreendedores brancos na Faria Lima“, disse.
O pluralismo de opinião não pode servir como carta branca para o supremacismo branco. Não pode servir como carta branca de um revisionismo histórico que busca desmerecer a luta de milhões contra o racismo. E não deve dar espaço a alguém que propaga a homofobia e o racismo de maneira tão clara e evidente quanto Leandro Narloch.
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