Sustentabilidade

Pesquisa indica que os paulistanos passaram a andar mais a pé na pandemia

15 • 10 • 2021 às 15:29 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O paulistano cada vez mais anda a pé. A pandemia ampliou consideravelmente esse bom hábito, seja para atravessar um trajeto totalmente ou ao menos para cumprir uma parte do deslocamento eventual, entre os habitantes de São Paulo, enquanto o uso de transporte público coletivo caiu na cidade – são essas algumas descobertas da pesquisa Viver em São Paulo – Mobilidade Urbana, da Rede Nossa São Paulo, em índices comparados com os últimos anos anteriores ao início da pandemia no Brasil, em março do ano passado.

homem caminhando em São Paulo

A caminhada se torna cada vez mais uma realidade em São Paulo: um meio de transporte

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De acordo com a pesquisa, o deslocamento a pé tornou-se hábito para 57% dos paulistanos em 2021 – um aumento de 16% com relação aos 41% apontados no ano passado. Em 2017, o hábito era confirmado por 45% da população da cidade, em dado que comprova, portanto, para além de eventuais flutuações naturais, o aumento considerável no período pandêmico. Sobre o transporte público, quatro anos era utilizado por 52% da população: em 2021 o número quedou para 36%, em aumento de 4% para o ano passado, quando a porcentagem foi de 32%,

trânsito em São Paulo

O impacto da mudança pode amenizar o trânsito na cidade © Wikimedia Commons

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Segundo consta, as determinações protocolares e exigências sanitárias da pandemia são o principal motivo, mas se juntam à crise econômica para explicar tal cenário. “A gente percebe que o fator econômico atravessa a questão, ele reduz a possibilidade da utilização do carro pra quem desejaria usar e, na questão do ônibus, ele é um empecilho em relação ao custo”, afirmou Jorge Abrahão, coordenador da Rede Nossa São Paulo. “Por outro lado, aumenta o número de pessoas andando a pé e isso também é um fator econômico, tem um percentual nesse processo das pessoas estarem andando a pé porque evidentemente não existe custo nisso”, concluiu.

Centro de São Paulo

Os caminhantes movimentam as ruas do centro de São Paulo

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A pesquisa apontou também o impacto que melhorias nos sistemas de transporte público poderiam ter no uso de carros particulares na cidade: segundo consta, dois terços dos entrevistados afirmaram que deixariam os carros em casa se tivessem mais e melhores linhas disponíveis, com tempos menores de espera, maior higiene contra a Covid-19 e mais segurança. Se depender, porém, da opinião da população, os meios alternativos e públicos poderão sim melhorar: 87% dos paulistanos se declararam a favor da construção e ampliação de corredores de ônibus, 79% de ciclovias e ciclofaixas, e 82% a favor da utilização exclusiva de ruas e avenidas para lazer e circulação de pedestres e ciclistas.

jovem caminhando diante do metrô

Entre os entrevistados, muitos passaram a caminhar ao menos uma parte de seus trajetos

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© fotos: Getty Images/crédito


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