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Quem vê o sucesso de “Round 6”, série sul-coreana disponível na Netflix, nem imagina o longo caminho que o diretor Hwang Dong-hyuk percorreu para chegar até aqui. O roteiro foi escrito em 2008 e levou mais de uma década até ser alvo de algum tipo de investimento. Agora, se tornou a maior série da história do streaming.
(Atenção: essa matéria contém spoilers de “Round 6”)
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Lee Jung-jae vive Seong Gi-Hun, o protagonista de ‘Round 6’.
Segundo a Netflix, “Round 6” foi assistida por 111 milhões de lares e superou “Bridgerton”, que detinha o recorde anterior. A série sul-coreana estreou no dia 17 de setembro e levou menos de um mês para conseguir o feito.
A distopia apresentada na série cativou milhões de pessoas no mundo inteiro muito rápido. O problema é que entre essas pessoas estão muitas crianças e adolescentes.
Chamada em inglês de “Squid Game” (“Jogo da lula”, em tradução livre), a trama se passa em um jogo, uma espécie de reality show violento, secreto e cheio de segredos em que 456 endividados disputam um prêmio de 45,6 bilhões de won (aproximadamente US$ 38 milhões). A competição é formada por seis provas baseadas em brincadeiras infantis, só que com uma diferença: quem perder, morre.
A série leva esse nome por conta de um dos jogos, o “jogo da lula”, tradicional na Coreia do Sul. Talvez pelo mote das brincadeiras, a estética lúdica e o mistério, a série tenha atraído um público mais jovem, embora não devesse.
No Brasil, a classificação indicativa de “Round 6” é 16 anos. No entanto, o sucesso entre as crianças tem causado preocupação e feito até escolas enviarem comunicados aos pais alertando sobre o programa, que não passa nem um pouco perto de ser um conteúdo indicado para mentes infantis.
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O ator Park Hae Soo (de pé) em cena de ‘Round 6’.
Logo no primeiro jogo, os 456 participantes precisam brincar de “Batatinha frita… 1, 2, 3”, como o nome da atividade foi traduzido para o Brasil. A ideia é simples: enquanto uma menina — na verdade, um robô gigante com sensor de movimento — canta, os participantes tem que correr o mais rápido que puderem para cruzar uma linha colocada metros à frente. Se alguém se mexer depois que ela parar de cantar, adeus.
‘Batatinha frita… 1, 2, 3’: menina robô de ‘Round 6’ parece inofensiva, mas é mortal.
E por “adeus”, entenda: metralhadoras disparam contra os participantes faltosos, que caem mortos, sangrando e implorando pela vida enquanto os outros, estarrecidos, começam a entender do que se trata o jogo — algo que até ali ninguém tinha percebido direito.
A violência se repete nos jogos seguintes. Em outro deles, os participantes são divididos em equipes de 10 membros e precisam disputar o clássico cabo de guerra a uma altura de um prédio de alguns bons andares. Perde o grupo que despencar primeiro. E, sim, todos morrem estatelados no chão.
Cabo de guerra mortal: o time perdedor despenca para a morte.
Há ainda um momento em que, durante a madrugada, os organizadores dos jogos — pessoas mascaradas que ninguém sabe exatamente quem são, pelo menos não até o fim da temporada — estimulam os participantes a se matarem durante à noite, depois que as luzes do dormitório coletivo se apagam. A carnificina só é interrompida quando um dos competidores, um senhor em estado terminal e algum nível de demência, implora para que os assassinatos parem.
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Ao fim de um dos jogos, um homem que havia entrado no jogo ao lado de sua mulher, disputa uma partida de bolinhas de gude com ela. Naquela rodada, os participantes foram obrigados a escolher duplas. A maioria dos protagonistas escolheu pessoas próximas no jogo. Não sabiam que disputariam nas esferas de vidro quem viveria e quem morreria.
As atrizes Lee Yoo-mi e Jung Ho-yeon em uma das cenas mais emocionantes da série: durante o jogo de bolinhas de gude.
Ao retornar vencedor da partida, ele, desolado, decide se enforcar. O suicídio é mostrado de forma clara, com o corpo do homem aparecendo pendurado na estrutura de camas dos participantes.
A série também aborda o tráfico de órgãos ao mostrar a corrupção de um participante, que é médico, e organizadores dos jogos. Sem que seja permitido, eles selecionam cadáveres de participantes mortos para retirar partes do corpo e vendê-las às escondidas.
Em entrevista ao jornal “O Globo“, Hwang Dong-hyuk se mostrou chocado com o sucesso da série entre crianças. “Essa obra não é para elas. Estou perplexo que crianças estejam vendo. Espero que os pais e os professores ao redor do mundo sejam prudentes para que elas não sejam expostas a esse tipo de conteúdo“, alertou.
“Mas, se já viram, espero que os adultos as ajudem a entender o significado do que está por trás da tela. Torço para que haja boas conversas.“
Hwang Dong-hyuk, diretor da série, entre os atores Park Hae-Soo, que vive Sang-Woo, e Lee Jung-Jae, que interpreta o protagonista Seong Gi-Hun.
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