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O Public Investment Fund, braço de investimentos da Arábia Saudita, anunciou que vai construir um parque de diversões em cima de diversas plataformas de petróleo desativadas no Golfo Pérsico. O projeto, chamado The Rig, faz parte de uma série de medidas comandadas pelo príncipe-ditador do país Mohammad bin Salman.
The Rig será um parque de diversões “extremo”, que baseia sua estrutura em uma plataforma de petróleo desativada. Além do parque, o complexo turístico também irá contar com onze hotéis e diversos restaurantes para incentivar viajantes do mundo todo a conhecer o país.
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O parque de diversões faz parte da estratégia do reino saudita para promover a ideia de que o país está abandonando sua dependência do petróleo em busca de uma economia mais diversificada e sustentável.
#PIF announces “THE RIG.” Project.
The world’s first tourism destination inspired by offshore oil platforms.Read more: https://t.co/s3TLJ8mbVh#THERIGsa pic.twitter.com/YlC2kZ2yll
— Public Investment Fund (@PIF_en) October 16, 2021
O Public Investment Fund afirma, em nota, que “o projeto irá garantir a preservação sustentável do meio ambiente e irá seguir os padrões globais de práticas ambientais, reforçando o compromisso do Reino Saudita de proteger a natureza”, afirma. Mas será que isso é possível?
A mensagem de que o governo está “ressignificando uma plataforma de petróleo” poderia até ser bem vista caso, de fato, a Arábia Saudita estivesse reduzindo as suas exportações do produto. Mas os dados não indicam uma queda tão drástica assim na venda de petróleo para outros países: a produção continua na média de seis milhões de barris de petróleo por dia e, após uma queda durante a pandemia de Covid-19, o país voltou a exportar como nos anos anteriores.
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A Arábia Saudita é vista como um dos principais entraves no mundo das relações internacionais quando se fala de compromissos globais pelo meio ambiente. Um estudo das ONGs Germanwatch, Climate Action Network e do New Climate Institute mostraram em 2018 que o país era o menos compromissado com as mudanças ratificadas no acordo de Paris. O reino saudita continua expandindo suas emissões de gases do efeito estufa, sua produção de petróleo e instituiu poucas políticas públicas para a redução dos efeitos da mudança climática no planeta.
Documentos vazados nessa semana mostram que o governo saudita está agindo diretamente para mudar o relatório final da COP-26. O Ministro do Petróleo do Reino afirmou que a frase “ações urgentes para a redução de danos ao meio ambiente” deveria ser retirada do relatório, que também critica o uso de combustíveis fósseis ao redor do planeta.
Desde que assumiu o poder do país em um golpe contra seu tio, o filho de Salman bin Abdulaziz Al Saud, Mohammad bin Salman, tem comandado um projeto para “modernizar o país” e seu principal braço para essa empreitada é o Public Investment Fund, um fundo de investimentos do Reino Saudita.
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Mohammad bin Salman, o “modernizador” da Arábia Saudita que mantém o país em uma ditadura sanguinária e fundamentalista
Na semana passada, o fundo anunciou a aquisição do Newcastle United, um clube de futebol do noroeste da Inglaterra. Assim, o governo saudita entra no mundo dos esportes na liga mais rica do mundo, a Premier League, e se junta ao Catar, país que gere o Paris Saint-Germain.
A tática é conhecida como sportswashing. “A Arábia Saudita está tentando usar o glamour e o prestígio da Premier League como uma ferramenta de relações públicas, para distrair os registros abismais de direitos humanos no país”, disse Felix Jakens, diretor da Anistia Internacional no Reino Unido, em abril do ano passado, quando os primeiros boatos sobre a invasão do país ao mundo do futebol começou.
Antes do The Rig, o país também anunciou a construção de uma nova cidade, Qiddaya, que dará uma nova visão arquitetônica para a ditadura de bin Salman, além do parque Six Flags Qiddaya, que promete ter a montanha russa mais rápida do planeta.
Ou seja, o país consegue desviar a atenção da mídia outrora focada nas violações aos direitos humanos, no assassinato de jornalistas, na violência contra a mulher e no fato de que o país é propriedade pessoal da família real há mais de 90 anos. Então, ao invés de se falar sobre isso, o Reino consegue desviar a atenção para atrações turísticas e clubes de futebol.
“Sob o regime de Mohammad bin Salman, os defensores dos direitos humanos sauditas foram submetidos a uma repressão brutal, com inúmeros ativistas presos – incluindo Loujain al-Hathloul e outros corajosos defensores de direitos da mulher. Houve uma flagrante ocultação sobre o terrível assassinato de Jamal Khashoggi e a coalização militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen tem um histórico vergonhoso de lançar ataques indiscriminados a casas e hospitais”, completa Jakens.
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