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A música popular do ocidente tem boa parte de suas origens no continente africano, e tais raízes começam não somente nos ritmos, estilos e temas ancestrais, mas também nos próprios instrumentos. Sendo um dos países com maior presença africana fora do continente e, não por acaso, um dos mais musicais do mundo, a história do Brasil e da música brasileira não teria como ser mais exemplar sobre essas influências e presenças africanas – principalmente através do uso recorrente dos tantos instrumentos de percussão que marcam a profusão de gêneros nacionais.
Roda de capoeira com berimbau em Salvador, na Bahia © Getty Images
– O samba e a influência de África no ritmo favorito do Brasil
A influência da percussão no Brasil é tamanha que os instrumentos são não somente elementos de nossa música, mas também verdadeiros símbolos formadores daquilo que compreendemos como cultura brasileira – principalmente em seu sentido negro e africano. Como separar, por exemplo, um instrumento como o berimbau de sua relação com a capoeira – e da capoeira com a escravidão, bem como da escravidão com um dos mais sombrios capítulos da história do país, do capitalismo, da humanidade? Relação semelhante é possível estabelecer com o samba e seus instrumentos característicos, como um verdadeiro elemento essencial do que significa ser brasileiro.
Músico tocando cuíca na Banda de Ipanema, tradicional bloco de carnaval carioca © Getty Images
-O adeus a Naná Vasconcelos e seu coração percussivo
Assim, a partir de uma seleção estabelecida pelo site Mundo da Música, lembramos quatro desses muitos instrumentos que vieram da África para fundar o Brasil.
A parte interna da cuíca traz a haste onde se toca o instrumento © Wikimedia Commons
Chamada, em suas origens, de puíta ou, em Angola, pwita, a Cuíca é como um tambor com uma haste de madeira presa na parte interna, ao centro da pele: no lugar de batermos na superfície do couro, porém, o som completamente particular é obtido friccionando um tecido molhado pela haste, e apertando a pele, do lado de fora, com os dedos. O instrumento provavelmente chegou ao Brasil pelos escravizados bantos vindos de Angola no século XVI e, reza a lenda, era utilizado originalmente para atrais leões em caçadas – nos anos 1930, passou a ser utilizado nas baterias de escolas de samba para se tornar sonoridade essencial do estilo mais fundamental brasileiro.
Um agogô de quatro sinos: o instrumento pode ter um ou mais sinos © Wikimedia Commons
Formado por um ou múltiplos sinos sem badalos, contra os quais o músico bate costumeiramente com uma baqueta de madeira – com cada sino trazendo uma tonalidade diferente – o Agogô é de origem iorubá, trazido pelas populações escravizadas diretamente da África Ocidental como um dos mais antigos instrumentos que viriam a se tornar elementos essenciais do samba e da música brasileira em geral. Na cultura do candomblé é objeto sagrado em rituais, ligado ao orixá Ogum, e também se faz presente na cultura da capoeira e do maracatu.
-Música e luta no adeus ao grande trompetista sul-africano Hugh Masekela
Detalhe da cabaça, arco e arame de um berimbau © Getty Images
Conforme citado acima, o berimbau é uma parte essencial do ritual da capoeira, como instrumento de ritmo, tonalidade e estética para a dinâmica da luta em dança – ou da dança em luta. De origem angolana ou moçambicana, então conhecido como hungu ou xitende, o Berimbau consiste em uma grande verga de madeira arqueada, com um fio de arame teso preso em suas pontas, e uma cabaça fixada na extremidade, para servir como caixa de ressonância. Para extrair o incrível som metálico, o músico bate contra o arame com uma vareta de madeira e, pressionando e soltando uma pedra contra o fio, muda a tonalidade de seu som.
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Um tambor falante com um aro de ferro © Wikimedia Commons
Com o formato de uma ampulheta e rodeado de cordas capazes de alterar a tonalidade do som emitido, o Tambor falante é posicionado embaixo do braço do músico, e tocado normalmente com um aro de ferro ou madeira contra a pele, apertando ou afrouxando as cordas com o braço para alterar o tom e seu som. É também um dos mais antigos instrumentos tocados no Brasil, e sua origem remonta a mais de 1 mil anos, na África Ocidental e no Império de Gana, também à Nigéria e ao Benim. Era utilizado pelos griots, sábios que tinham a função de transmitir as histórias, os cantos e os conhecimentos de seus povos.
Jovem musicista tocando um tambor falante no Instituto de Estudos Africanos, em Gana © Getty Images
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