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Anos, décadas e séculos se passaram desde que as mulheres começaram a lutar para serem vistas como seres humanos e mesmo hoje elas continuam sendo cobradas socialmente pela sua aparência. Em dois mil e f****** vinte e um. Puxado, né? Mas algumas mulheres conseguiram deixaram essa cobrança no passado. A escritora e ativista social Ashton Applewhiute é uma delas. Obviamente que, independentemente de toda a desconstrução que possa existir, ela vai se sentir cobrada por como se apresenta esteticamente, pois isso faz parte dessa máquina de moer mulheres que é o machismo estrutural, no entanto, todo o esforço para lutar contra essa pressão surte alguns resultados libertadores. Aceitar os próprios cabelos brancos foi um deles.
Ashton é autora de diversos trabalhos, inclusive um manifesto contra o etarismo. Ela acredita que é melhor ter amigos de todas as faixas etárias e que viver achando pessoas mais velhas tediosas e pessoas mais jovens egoístas, não ajuda ninguém. “É difícil ser homofóbico se você tem amigos de todos as orientações sexuais. Vale o mesmo para a idade”, diz ela em conversa com a revista Trip.
As orientações de isolamento social deram um baque na “indústria da beleza”. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), houve uma queda de 3,1% nas vendas de produtos do segmento em geral. Só na indústria de maquiagem essa queda foi de 19%. Talvez a pandemia tenha encorajado mais mulheres a se desprenderem de pressões estéticas e assumirem seus cabelos brancos, por exemplo. “Se você pinta o cabelo apenas para cobrir os brancos e não gosta de fazê-lo, é uma tortura cara. O fato de que as mulheres estão se libertando disso é ótimo, e que estejam fazendo isso juntas. Uns cinco anos atrás, eu estava saindo do cinema à tarde, quando só havia velhos, e olhei para baixo na escada rolante. Só os homens tinham cabeças grisalhas. Pintar os brancos é o jeito mais óbvio de nos tornarmos invisíveis como mulheres mais velhas. A razão é compreensível, sem julgamentos. Mas, quando um grupo é invisível, os problemas que o afetam também são.” explica Applewhite.
Sabendo que a invisibilização de pessoas e problemas nunca é a solução para coisa nenhuma, o esforço para provocar a mudança precisa ser interno. “Você pode procurar relações, idealmente amizades, com pessoas de uma faixa etária diferente da sua” diz ela, explicando que se mais mulheres jovens se relacionassem com mulheres velhas que estejam felizes com isso, elas veriam que a vitalidade não as abandona junto com a cor natural dos cabelos “No jeito que sou e no jeito que vivo, a verdade: eu não trocaria a minha idade pela sua nem por um bilhão de dólares. O medo nos segrega e nos estressa. Quanto mais você aprende sobre envelhecer, menos você se preocupa.”
O Brasil é um dos países que mais realiza cirurgias plásticas no mundo. Aqui o termo “botox preventivo” não soa um total absurdo para a maioria das mulheres antes dos 30 anos. Para Ashton, lá nos Estados Unidos, não é muito difernete “Mulheres já me disseram: eu uso botox e fiz cirurgia plástica porque é o que preciso para me sentir linda, sexy e poderosa neste mundo. Não é meu lugar dizer ‘não faça isso’. Já ouvi também: ‘Tive que pintar os cabelos brancos para não ser demitida e tenho filhos para sustentar’. Adoraria dizer não seja boba, mas é provavelmente verdade. Além disso, sociólogos concluíram que a pressão das mídias sociais tem o seu papel. A moeda de troca ali são fotos de nós mesmas e usamos todo tipo de filtros. Essas pressões são reais. O ponto é que essas coisas, botox, plástica, tintura custam dinheiro e as mulheres ainda ganham menos. É uma dupla injustiça.” explica, mostrando como ser empática com as diversas realidades e dificuldades femininas.
Ela ainda acha que a Covid foi responsável por levantar a pauta do envelhecimento “Isso foi muito bem-vindo. Se você lembra, as mensagens iniciais sobre o vírus diziam: ‘Não se preocupe, só vai matar pessoas velhas e doentes’. O diretor da OMS disse isso. E esse é o motivo de a resposta global ter sido tão lenta. Hoje nós vemos o efeito desse preconceito. Veja o que acontece quando você desconsidera pessoas incapacitadas ou velhas e as trata como membros menos valiosos para a sociedade. Pagamos caro por isso. Não acho que a pandemia piorou o etarismo ou o capacitismo. Ela só os expôs. Hoje, com essa consciência, temos uma oportunidade histórica de mudar o disco.”
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