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Ainda que hoje possa soar como um nome desconhecido ou soterrado em um distante passado, é fato que a atriz, cantora, bailarina e ativista Josephine Baker foi uma das mais importantes e influentes artistas e personalidades de todos os tempos. Nascida em 1906, na cidade de St. Louis, nos EUA, Baker viria a adotar a França como sua casa, de onde conduziu sua carreira para se tornar uma estrela global durante a primeira metade do século XX – com um detalhe determinante para toda essa conta estelar: além de uma das mais famosas artistas do mundo, ela era uma mulher negra.
A jovem Josephine Baker, em 1940
Baker com um de seus icônicos – e provocantes – figurinos
-Sada Yacco: artista que trouxe o teatro kabuki para o ocidente foi vendida aos 4 anos
Suas apresentações na capital francesa a partir de 1925 passaram a mover multidões e paixões, deixando de simplesmente sugerir a sensualidade como pano de fundo, para trazer doses fortes de erotismo e mesmo nudez ao teatro de revista. Ela, porém, foi muito além de se sagrar como uma vedete e, além de estrelar filmes, usou sua imensa popularidade para lutar contra o racismo e pelos direitos civis, principalmente a partir dos anos 1950.
Baker com sua famosa saia de bananas
-O incrível figurino da peça ‘O Pássaro Azul’, dirigida por Stanislavski, em fotos de 1908
No último dia 30 de novembro, através de um decreto do presidente da França, Emmanuel Macron, Baker teve seus restos mortais movidos para dentro do Panteão do Paris, para se tornar a primeira mulher negra e a sexta mulher em todos os tempos a ser sepultada no local, ao lado de gigantes da cultura francesa, como Marie Curie, Victor Hugo e Voltaire. Ela faleceu em 1975, aos 68 anos, mas deixou uma fascinante história de sucesso, talento e luta: para iluminar esse caminho extraordinário literalmente até o Panteão, separamos 5 curiosidades sobre a vida e a obra de Josephine Baker.
O Panteão de Paris, decorado em homenagem à artista, para receber seus restos mortais
A artista elevou a sensualidade dos palcos a pontos até então inéditos
Baker foi uma mulher negra, e uma das maiores artistas de todos os tempos
Dirigido por Henri Étiévant e Mario Nalpas, o filme La irene des tropiques, de 1927 – lançado em português como A Sereia Negra – é um filme mudo, mas que elevou ainda mais o estrelato de Josephine, dos teatros para as telas, e da Europa para o mundo todo, tornando-a a primeira mulher negra a estrelar um filme de grande sucesso.
Em 1948, uniformizada e devidamente condecorada
Em retribuição a tudo que ganhou da França, Baker usou sua fama para receber informações secretas e transportá-las em meio às suas partituras para a resistência francesa contra os nazistas. Além disso, ajudou a transportar judeus para fora da França, e chegou a jantar com Hermann Goering, líder nazista, que planejava assassiná-la. Ela foi envenenada no jantar, mas conseguiu fugir e teve de passar por uma lavagem estomacal para sobreviver. Ela também trabalhou no Marrocos pela resistência e, ao fim da guerra, recebeu diversas condecorações por sua bavura e resistência.
-A meteorologista de 98 anos cuja previsão do tempo mudou o curso da Segunda Guerra
Baker subindo aos palcos da Marcha de Washington, em 1963
Nos anos 1950, nos EUA, Baker se tornou uma das figuras de maior destaque a militar pelos direitos da população negra no país: desde o início de sua carreira que ela se recusou a se apresentar em teatros segregados, fazendo questão de se apresentar no sul do país, apesar das ameaças de morte. Em 1963, foi a única mulher a discursar na famosa Marcha de Washington, na qual Martin Luther King Jr. viria a declamar o célebre discurso “Eu tive um sonho” – e quando o líder foi assassinado, em 1968, Josephine Baker foi convidada diretamente por Coretta Scott King, mulher de Martin Luther King, a liderar o movimento, mas declinou o convite, pensando em seus filhos.
O Château des Millandes atualmente
Quando criança, vinda de uma família muito pobre, chegou a dormir sobre caixas de papelão no chão; em meados dos anos 1940, porém, ela comprou um castelo – literalmente. Localizado na comuna de Castelnaud-la-Chapelle, o Chateau des Milandes um dia recebeu o próprio Rei Sol, Luis XIV, e passou a ser a casa de Josephine Baker em 1940, ainda como um castelo alugado. Em 1947, a estrela enfim comprou o local, onde viveu até 1969 – hoje o Chateau des Milandes é um museu com diversos figurinos da artista, e monumento histórico francês.
Josephine Baker com sua “tribo arco-íris” em um barco
No “Castelo da Bela Adormecida”, como ela chamava, Baker viveu com seus 12 filhos adotivos de diferentes origens, a quem chamava de “Tribo Arco-Íris”: 2 filhas, uma francesa e outra marroquina, e 10 meninos, um coreano, um japonês, um colombiano, um finlandês, três franceses, um algeriano, um venezuelano e um da Costa do Marfim. Sua família, segundo ela, era a prova de que “crianças de diferentes etnias e religiões podiam ser irmãos”.
-A vida e a luta de Angela Davis
Frida e Baker, na única foto conhecida do encontro das duas
Baker casou-se a primeira vez quando tinha somente 13 anos, e viria a se casar outras três vezes com diferentes homens. Sua biografia, porém, relata alguns relacionamentos que manteve com mulheres ao longo da vida, incluindo nomes como a cantora de blues Clara Smith, a cantora e dançarina Ada Smith, a escritora francesa Colette e a pintora mexicana Frida Kahlo, em 1939, depois que Frida se separou de Diego Rivera, durante o período em que esteve em Paris para uma exposição.
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