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O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), chefiado pela ministra Damares Alves, anunciou a criação de um grupo de trabalho que estuda a entrada de “garimpeiros” e “pecuaristas” dentro da condição de povos tradicionais, a mesma que quilombolas, ribeirinhos e indígenas.
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Garimpeiro em Serra Pelada, palco de um dos maiores crimes ambientais da história do país.
Gilson Fernandes, presidente Federação Brasileira da Mineração (Febram), revelou que enviou um ofício ao ministério de Damares para inclusão dos garimpeiros no status de ‘povos tradicionais’.
“Nós apresentamos ofícios, dados e estudos que comprovam que garimpeiros são povos tradicionais. E, inclusive, estamos trabalhando outros estudos com três faculdades, professores, antropólogos e historiadores que comprovam que garimpeiros são povos tradicionais do Brasil”, disse Fernandes ao G1.
No caso dos pecuaristas, o status é específico para uma região dos pampas gaúchos, segundo Gabrielle Ücker Thum, parte do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT). Ela afirmou ao portal G1 que “pecuaristas familiares do Pampa têm seu território disputado com a soja, com grandes estancieiros e a mineração” e, por isso, pedem proteção pelo status, que garante acesso à terra e outros tipos de direitos especiais.
Qulimbolas e indígenas estão na mira do governo federal
Segundo definição do Ministério Público de Minas Gerais, “os povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados, que possuem condições sociais, culturais e econômicas próprias, mantendo relações específicas com o território e com o meio ambiente no qual estão inseridos. Respeitam também o princípio da sustentabilidade, buscando a sobrevivência das gerações presentes sob os aspectos físicos, culturais e econômicos, bem como assegurando as mesmas possibilidades para as próximas gerações”. A definição vai contra o garimpo, atividade que destrói o meio ambiente e coloca em risco uma grande parte do território brasileiro.
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Atualmente, povos indígenas, caboclos, caiçaras, extrativistas, indígenas jangadeiros, pescadores, quilombolas, ribeirinhos e seringueiros são incluídos como povos tradicionais pelo estado brasileiro.
A Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial se posicionou contra a inclusão dos novos grupos na definição. “Esta SNPIR antecipa o seu entendimento de que há temeridade no reconhecimento de garimpeiros e pecuaristas como PCT’s, o que, julgamos, poderia se tornar um campo fértil para violação de direitos humanos”, disse o órgão em nota.
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A inclusão dos garimpeiros nessa categoria representa uma ameaça real aos povos indígenas brasileiros e faz parte do projeto político do governo federal.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) reforça que o governo federal tem promovido políticas nesse sentido desde 2019.
“O que se vê no decorrer do governo Bolsonaro, ao longo dos últimos dois anos e meio, é a desestruturação das políticas de proteção dos povos indígenas e de seus territórios, o aparelhamento dos órgãos de proteção aos direitos indígenas e socioambientais e o estímulo à invasão, ao desmatamento, ao garimpo e à propagação da pandemia de COVID-19. As consequências dos atos desse governo, de um legislativo majoritariamente conservador e de um judiciário que ainda não encontra ampla abertura para a consagração dos direitos indígenas, são morte, adoecimento, sofrimento, perseguição e destruição de modos de existência intrinsecamente relacionados com os territórios”, afirma a organização em nota.
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Confira a repercussão da criação do grupo de trabalho nas redes sociais:
Acaba com o Bolsa Família.
Coloca estudante de particular no Prouni.
Agora quer que pecuaristas e garimpeiros sejam reconhecidos como povos tradicionais.
Tudo em poucas semanas, depois de 3 anos de destruição sem parar. A gente não merece o que estão fazendo com o Brasil.
— Gabriel Galli 🏳️🌈 (@xgabrielgalli) December 8, 2021
Bolsonaro quer incluir garimpeiros e pecuaristas como povos tradicionais. Vem mais ataques da quadrilha do Planalto! Isso é gravíssimo! pic.twitter.com/xTYnkQuP4i
— Diogo Cabral (@Diogotapuio) December 7, 2021
Querer classificar garimpeiros e pecuaristas como povos tradicionais é uma das violências mais perversas desse desgoverno. Tratar opressores como oprimidos é uma política sádica pra manter a dominação e hegemonia contra os grupos marginalizados. #ForaBolsonaro
— Fábio Felix 🏳️🌈 (@fabiofelixdf) December 9, 2021
A Damares quer incluir garimpeiros e pecuaristas na lista de povos tradicionais, junto com índigenas, quilombas, caiçaras, etc. O objetivo é acabar com os povos tradicionais.
— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) December 8, 2021
O absurdo do dia de Bolsonaro é um projeto que quer reconhecer garimpeiros e pecuaristas como povos tradicionais! Igualar a indígenas e quilombolas e assim garantir direito à terra e acesso a recursos naturais. Não há política ambiental nesse governo. É pura destruição.
— UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES 💙 (@uneoficial) December 8, 2021
Leia também: O que é o marco temporal e como ele pode legitimar injustiças contra povos indígenas
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